Ao invés de fortalecer a luta contra o fechamento das localidades da Cemig, o Sindsul e a Federação Mineira (Urbanos-MG) mais uma vez negociaram nos bastidores da Cemig uma medida que pode gerar prejuízos para os eletricistas das localidades e para a população.
De acordo com os dirigentes dessas entidades - as mesmas que fecharam acordos retirando direitos da categoria e que estão virando as costas para os trabalhadores nos conselhos e Diretoria de Relação com Participantes (DRP) da Cemig Saúde e Forluz - a “solução” para a questão do fechamento das localidades foi articulada em encontro com representantes do RH da Cemig.
O acordo consiste no seguinte: a Cemig se compromete que o remanejamento dos eletricitários será opcional e que não haverá qualquer tipo de “assédio” contra os trabalhadores. Para isso, basta o trabalhador enviar sua opção por e-mail, copiando o endereço eletrônico do Sindsul.
Na avaliação do Sindieletro, a postura dos dirigentes em apontar esta conversa como solução para um problema gravíssimo demonstra ingenuidade. Sabemos qual é o modus operandi da gestão da Cemig nos casos em que o interesse da gestão da empresa conflita com o dos trabalhadores: gerentes pressionam e coagem os eletricitários a assinarem o que é de interesse para a gestão da Companhia.
E tem mais: Mesmo que os trabalhadores optem, por livre e espontânea vontade, pela transferência de local de trabalho, é fundamental que a Cemig mantenha as localidades funcionando para garantir o atendimento à população.
O Sindieletro alerta que tratar dessa questão da reestruturação sem levar em conta o impacto para os serviços prestados ao consumidor é grave. E dirigente sindical e parlamentar que apoia essa pauta, dessa forma, contribui para encobrir uma ação empresarial irresponsável que pode gerar prejuízos para toda a população mineira.
Ações do Sindieletro
Conforme informado em vídeo gravado com o coordenador Geral do Sindieletro, Jefferson Silva, estamos trabalhando firmemente para que o processo de fechamento das localidades seja suspenso de vez.
Acreditamos que um programa desta magnitude deveria, obrigatoriamente, ser discutido com as entidades sindicais e representantes de consumidores antes de sua implementação. O fechamento de localidades anunciado pela Cemig é um assunto muito sério para ser tratado de forma tão superficial como foi feito por outras entidades.
Por isso, o Sindieletro continua buscando interlocução junto à diretoria da Cemig e na Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG). Nesta quarta-feira, 21, foi aprovado um requerimento para a realização de Audiência Pública no Legislativo, em data a se confirmar, para discutir o assunto com os eletricitários e a sociedade.
ATUALIZAÇÃO
Audiência pública requerida pelo Sindieletro, por meio do deputado Rogério Correia, foi confirmada a se realizar na próxima quarta-feira (28), na Comissão de Direitos Humanos, na ALMG. Vamos debater o fechamento de localidades e manutenção em rede elétrica nos municípios do Estado. Os convidados são Bernardo Afonso Salomão de Alvarenga, diretor-presidente da Companhia Energética de Minas Gerais - Cemig, Jefferson Leandro Teixeira da Silva, coordenador-geral do Sindieletro de Minas Gerais, e Beatriz da Silva Cerqueira, presidente da Central Única dos Trabalhadores.