O segundo número da Revista do Sindieletro sai em um momento de desafios, que exige dos trabalhadores da ativa e aposentados sabedoria, espírito crítico, e engajamento para superar as dificuldades.
Temos assistido ao constante acúmulo de riquezas por poucos bilionários em todo o mundo. No Brasil a concentração da renda ainda é muito alta e, na crise, a elite grita alto pedindo para cortar na carne. Mas de quem? Exigem cortes nos serviços públicos como educação, saúde e segurança e em programas de distribuição de renda. Tudo pode, menos cobrar impostos de grandes fortunas, heranças e controlar a evasão de divisas. Já falam até em acabar com a política de valorização do salário-mínimo e voltam com a cantinela da privataria.
A gestão da Cemig se aproveita do momento e promove reuniões com sua Visão e Ação, uma apresentação que termina assim:
• A CEMIG precisará ajustar os acordos (ACT e PLR) à realidade da empresa e ao praticado no setor elétrico brasileiro.
• Em suma: precisamos enfrentar esse momento de crise com determinação para sairmos fortalecidos e ainda mais competitivos!
O governador Fernando Pimentel foi eleito prometendo uma gestão eficiente, com valorização profissional e combate sem trégua a corrupção e aos privilégios. Qual o quê? Passados nove meses a nova gestão mantém e amplia as mordomias. Contrariando o compromisso de primarizar 1500 eletricistas de imediato, na prática nenhum trabalhador concursado foi chamado, e a promessa de um Acordo de primarização ficou para “agosto” de deus! Já os cargos de indicação política como conselhos, diretoria e assessorias estão completos e super remunerados. Que tal ajustar a gestão à realidade da empresa?
As ameaças de corte atingem também os aposentados. Mudanças ameaçam o equilíbrio na Forluz, e a Cemig quer passar a maior parte da conta salgada do aumento dos gastos de saúde para os participantes. Na mira da redução dos gastos pós-emprego está também o seguro de vida.
Nesta edição também se debate a revisão do Acordo de Acionistas na Cemig, que nada tem a ver com a crise e há vários anos ameaça o futuro da empresa e dos eletricitários. A compra da Usina Santo Antônio e das ações da Guanhães Energia são exemplos de maus negócios feitos pela Cemig e que só atendem interesses privados.
A arte que dá leveza à vida se faz presente nas páginas seguintes, pelo talento de escritores eletricitários e vem acompanhada da certeza de que outros talentos surgirão para alimentar as próximas edições da Revista do Sindieletro.
As dificuldades que geram debate, notícia, obras literárias de qualidade e até mesmo o documentário “Dublê de Eletricista”, lançado em outubro, convivem aqui, como na vida do eletricitário, lado a lado, com a esperança que a tudo redime. É assim que se faz e refaz a história da nossa categoria, como lugar de “luta, resistência e festa”, porque, sem lazer, encontro e partilha “ninguém segura esse rojão”.
Confira aqui a edição completa da Revista do Sindieletro.