ACE da primarização: Cadê a proposta, Mauro Borges?



ACE da primarização: Cadê a proposta, Mauro Borges?

Terminou na segunda-feira, 31 de agosto, o prazo estipulado pelo próprio presidente da Cemig, Mauro Borges, para apresentar a proposta da empresa de Acordo Coletivo da primarização. O prazo foi dado na reunião do dia 30 de julho, na presença dos deputados estaduais Marília Campos e Rogério Correia, representando a bancada do Partido dos Trabalhadores, e de representantes do Fórum de Debates da Cemig.

A reunião do dia 30 de julho com Mauro Borges foi tensa. Buscamos mostrar para a nova diretoria da Cemig que o compromisso de campanha do governador Pimentel, de convocação imediata de 1.500 eletricistas do concurso em aberto, tinha a intenção de cobrar da empresa que mostrasse, na prática, que realmente vai mudar os rumos da terceirização. Ter trabalhadores treinados e prontos para assumir as tarefas obrigaria a Cemig a mudar contratos e previsões orçamentárias e estabelecer o início da primarização.

Avisamos que os superintendentes e gerentes reagiriam boicotando a medida, afinal a maioria deles promoveu, e foi promovida, com a política de terceirização. Lembramos que os prazos já estavam sendo descumpridos, a Mesa Temática de Primarização tinha acertado de apresentar respostas até o dia 20 de maio, mas nunca mais se reuniu. Nem mesmo os minguados 118 trabalhadores, que os representantes da empresa disseram que poderiam ser treinados na Escolinha de Sete Lagoas, foram chamados.

Reapresentamos e cobramos resposta à proposta de Acordo Coletivo de Trabalho Específico de Primarização, aprovado pela categoria. Os trabalhadores basicamente propõem a contratação anual de 3.000 eletricitários, até o fim da terceirização das atividades-fim, e transparência e garantias aos eletricitários na contratação de serviços de atividades-meio que não forem primarizadas.

O presidente reagiu, afirmando que ele estava assumindo diretamente a responsabilidade sobre a primarização, que estava fazendo um planejamento muito mais amplo, e que apresentaria, até o final de agosto, uma proposta de acordo, inclusive mais avançada, do que o ACE proposto pelos trabalhadores.

Esperamos para ver… Mas sabíamos que dificilmente o presidente conseguiria cumprir sua intenção. A terceirização está alicerçada na Cemig, as empreiteiras se entranharam na estrutura da empresa. Todas as semanas o Chave Geral apresenta denúncias que nunca são respondidas. Sabemos que a gestão apresentaria pareceres técnicos e jurídicos distorcendo argumentos e torturando números, para justificar os contratos. E quanto mais o tempo passa, mais a nova direção vai se acostumando com os acidentes, com a precarização do trabalho, com a baixa qualidade dos serviços, e com o alto custo da falta de eficiência. A cada dia, a nova direção mais se parece com a velha.

Alguns trabalhadores, desanimados, cobram do Sindicato: “Eu disse que nada ia mudar”; “Não adianta, PT ou PSDB, é tudo igual”.

A diretoria do Sindieletro reafirma o princípio de autonomia e a liberdade sindical, e lembra que o governador Pimentel é que tem compromisso assinado com a Central Única dos Trabalhadores - CUT - de pôr fim à terceirização de atividades-fim na Cemig. Já se passaram oito meses e estamos cobrando a palavra do presidente Mauro Borges e do governador Pimentel, não com o sentido de “eu sabia”, mas buscando mostrar que, se esta gestão é diferente de fato, e tem a determinação de cumprir esse compromisso, deve assinar o Acordo e impor para a empresa a mudança de paradigma.

Retroativo dos 3%

Esta diretoria da Cemig está pisando na bola com a categoria sobre o retroativo dos 3% do aumento real; o prazo para a primarização se encerrou em 31 de agosto; em 28 de outubro tem o leilão das usinas; e 1º de novembro termina a data-base.

O Sindieletro espera que esta diretoria da Cemig cumpra sua palavra e faça diferente, mas, para os trabalhadores desanimados, o Sindicato tem outro recado: Faça a diferença e venha para a luta!

Sindieletro, CUT e deputados cobram resposta

A direção do Sindicato enviou ofício para o presidente Mauro Borges cobrando a resposta sobre a proposta de ACE da primarização, lembrando do seu compromisso de responder até o mês de agosto. Também os deputados estaduais, Marília Campos e Rogério Correia, querem resposta. Em nota conjunta, encaminhada para o Sindieletro, eles manifestaram apoio à pauta de reivindicações dos eletricitários, especialmente a da luta contra a terceirização.

“Também apoiamos as reivindicações de valorização da carreira e o fortalecimento dos canais de negociação e comunicação entre a empresa e o Sindicato. O nosso papel é mediar para que o diálogo e a negociação avancem, destacaram.
O 12º Congresso Estadual da CUT aprovou moção (leia mais na página 4), cobrando do Governador Pimentel que cumpra com os compromissos assumidos com a Central de combater a terceirização.

item-0
item-1
item-2
item-3