Na segunda-feira, 21, o dia foi de mais mobilizações em defesa das usinas da Cemig e contra a privatização das hidrelétricas. A luta só vai se ampliando, com mais adesões e ações para impedir a venda das usinas de São Simão, Jaguara, Miranda e Volta Grande.
Os trabalhadores de São Simão decidiram ocupar a usina, em defesa da Cemig e contra a privatização. Eles já estão nas dependências de São Simão com colchões, malas de roupas e objetos de higiene pessoal. A disposição é ficar na usina até a vitória! Está sendo preparado um seminário na usina, para debater o histórico e cenários que levaram o governo ilegítimo de Temer a tentar a entrega das hidrelétricas à iniciativa privada.
O coordenador geral do Sindieletro, Jefferson Silva, comemorou a iniciativa dos trabalhadores de ocupar São Simão. Ele avaliou que “é um grande ganho para a nossa luta” e pediu solidariedade dos companheiros e companheiras da Cemig e da população em geral. “Vamos apoiá-los, porque a luta é de todos nós”, afirmou.
Abraço na Cemig
Na tarde da segunda-feira (21) foi realizado um grande Abraço na Sede da Cemig, reunindo trabalhadores e trabalhadoras, dirigentes do Sindieletro, integrantes de movimentos sociais e sindicatos, deputados federais e estaduais e gestores da empresa. Segundo a Cemig, outros abraços também ocorreram em prédios da estatal, no interior do Estado.
Jefferson Silva, da usina de São Simão, onde está acampado desde o sábado, dia 19, também deu o seu recado, por meio de uma vídeo conferência: “Estamos aqui em São Simão, com os movimentos sociais, dialogando com os trabalhadores e a população, com o prefeito e vereadores da cidade, para mostrar os riscos da privatização das usinas. Não abrimos mão da luta pelas nossas usinas”, destacou.
O diretor do Sindieletro e secretário geral da CUT Minas, Jairo Nogueira Filho, lembrou que abraços na Cemig pelos trabalhadores foram dados em 1997, na luta vitoriosa contra a privatização da estatal, e quando do lançamento da PEC 68, pelo governo tucano em Minas, que previa a privatização da Gasmig. A categoria eletricitária impediu também a venda da Gasmig. “Temos um histórico de lutas que foram vitoriosas, agora vamos também vencer. A Cemig é uma empresa fundamental para o desenvolvimento do Estado, lutamos também para que a estatal volte a ter o papel social de emprego e serviços de qualidade”.
A deputada federal, Jô Morais (PT-MG), defendeu que a Cemig “é luz para todo o Brasil, e é do povo mineiro”. Ela anunciou que se o governo ilegítimo insistir na privatização da Cemig haverá ação popular para barrar a venda. “Estamos na luta com vocês”, destacou.
O deputado federal, Adelmo Leão (PT-MG), lembrou da luta vitoriosa do ex-governador Itamar Franco para impedir a privatização da Cemig, no inicio dos anos 2000. “Fizemos uma grande luta com os eletricitários e conseguimos com Itamar Franco anular o acordo de acionistas que dava poderes para os sócios estrangeiros na gestão da empresa e aprovar a PEC 50, que impediu a privatização”, disse.
Ele defendeu os trabalhadores da Cemig, afirmando que nessa grande luta contra a privatização das usinas é fundamental que cada eletricitário tenha respeito e seja valorizado. “A Cemig é de todos nós mineiros e também dos trabalhadores. Vocês, gestores, devem combater a terceirização e, assim, impedir a precarização dos serviços e as mortes de tantos eletricitários”.
Reginaldo Lopes, deputado federal (PT-MG), avaliou que a resistência do povo mineiro à privatização das usinas é também a resistência do povo brasileiro, que sofre com o governo ilegítimo na retirada de direitos e na tentativa de vender as estatais do setor elétrico. “As usinas da Cemig já foram pagas, não era para vender nada e nem tirar a gestão da estatal, os 11 bilhões de reais cobrados deveriam ir para o povo mineiro, para educação e saúde”, destacou.
O deputado estadual Rogério Correia (PT), uma das grandes lideranças da Frente Mineira em Defesa da Cemig, destacou a união e a unanimidade do apoio à luta contra a privatização das usinas. Segundo ele, todos os deputados federais por Minas assinaram documento contra a venda das usinas, assim como todos os deputados estaduais, sem falar nas instituições de empresários mineiros, como a Fiemg. “É uma luta de toda a população, que vai além das ideologias”, avaliou.