A rua é do povo. Trabalhadores levam suas reivindicações



A rua é do povo. Trabalhadores levam suas reivindicações

Eletricitários, professores, servidores da saúde e educação, policiais civis e outras categorias de trabalhadores, rurais e urbanos, estudantes e cidadãos foram para as ruas ontem, dia 26, em Belo Horizonte. Pacificamente, todos mostraram o que sonham para suas vidas e da coletividade: um Brasil e, principalmente, uma Minas Gerais que avance, justa e igualitária, com educação, saúde e serviços públicos de qualidade.

Também defenderam tarifa zero para os transportes coletivos, tarifa menor para a energia da Cemig, com o fim do ICMS sobre as contas de luz, o fim das terceirizações e dos acidentes na rede elétrica da Cemig que mutilam e matam os eletricitários.

Os manifestantes também cobraram reforma política com ampla participação da sociedade, punição rigorosa para os corruptos, pagamento do piso nacional dos professores estaduais, valorização de todos os trabalhadores com salários e condições de trabalho dignas e o fim do fator previdenciário. Também mostraram que a sociedade espera muito, muito mais dos governantes!

O grande ponto positivo da manifestação foi a aglutinação das forças dos diversos movimentos sindicais e sociais, cada um com as suas reivindicações específicas, mas todos unidos. As lideranças garantiram uma passeata tranquila. Durou mais de três horas, saindo da Praça Sete, Centro de Belo Horizonte, e chegando na Pampulha, pela avenida Antônio Carlos.

Lideranças pediram tranquilidade, garantiram que uma brigada de voluntários, formada por trabalhadores da saúde em Minas, atendesse eventuais feridos e orientaram que os manifestantes seguissem o roteiro traçado, fugindo da violência. Mas alguns vândalos entraram em ação e, estranhamente, saquearam tranquilamente as lojas sem que a Polícia Militar entrasse em ação. Apesar da presença ostensiva, deixaram que os roubos acontecessem.

OS TRABALHADORES SE ORGANIZAM

Pela manhã, os eletricitários se concentraram na avenida Afonso Pena, em frente ao Palácio das Artes. Muitas faixas da categoria denunciaram para a população as atitudes da direção da Cemig e do governador Antônio Anastasia, que se negam a negociar as reivindicações dos eletricitários, deixando-os sem acordo coletivo há oito meses. Os mesmos gestores que não negociam com trabalhadores são os que promovem a terceirização indiscriminada na Cemig, sem a garantia de uma política de saúde e segurança que de fato impeça os números recordes de trabalhadores acidentados, mutilados e mortos. São ainda os mesmos executivos que garantem bilhões aos acionistas e à Andrade Gutierrez, sem valorizar a categoria.

Por volta do meio dia, os eletricitários se encontraram com o os professores e os trabalhadores sem terra e sem casa e foram em passeata até a Praça Sete, com as faixas e cartazes. Na praça, se juntaram a milhares de manifestantes. Por volta das 13 horas, mais gente havia chegado e a passeata começou, com mais de 60 mil manifestantes, segundo estimativa das lideranças do movimento. Um caminhão de som com lideranças estudantis dava o tom do protesto: 'reforma política, já! Em Minas o governador não paga o piso dos professores, a energia da Cemig é uma das mais caras do país, vamos em paz, não subam em viadutos, o risco de cair é grande, tarifa zero para as passagens, educação e saúde de qualidade', entre outras palavras de ordem.

item-0
item-1
item-2
item-3