No início da gestão de Romeu Zema, dezenas de localidades da Cemig foram fechadas. Agora, no último ano do mandato do governador, a precarização na Cemig avança com mais tentativas de desmonte para preparar a empresa para a privatização. Desta vez, a gestão tem demonstrado pressa para transferir as oficinas estratégicas instaladas no Quarteirão 14, na Cidade Industrial, para uma empreiteira que presta serviço na área.
Segundo informações de trabalhadores do local, em reunião entre trabalhadores do quadro próprio, a Gerência (EA/MP), responsável pelas oficinas, e, estranhamente, o dono da empreiteira, foi anunciado, sem comprovar viabilidade financeira ou técnica, que está em andamento a transferência do controle de quatro oficinas do Q14 para a terceirizada – todas de referência e qualidade inquestionável no setor elétrico brasileiro.
As medidas estão sendo tomadas de forma acelerada e questionável. A Gerência nomeou esse processo de “externalização”. Isso é bom para quê e para quem? Nesta semana deverá ocorrer nova reunião, com a pauta: “Nova estrutura das oficinas e oportunidades de carreira na Cemig”. Será que os trabalhadores serão ouvidos para manifestar sua concordância ou discordância com o modelo de terceirização da gestão das oficinas? Ou serão obrigados a ouvir e acatar as decisões que são tomadas de cima para baixo?
A Gerência antecipou que este será um “projeto-piloto”, começando pelas oficinas de Ferramentas da Distribuição, Proteção da Distribuição, Manutenção Eletrônica e Regulação da Distribuição. De acordo com o informado, a intenção é fazer um aditivo no contrato de serviços da empreiteira, mudando o objeto do contrato, para a transferência de controle das oficinas.
Fica a percepção de que a gestão não está focando nos impactos, tampouco nos prejuízos para a Cemig. “É mais uma deliberação da empresa feita de forma arbitrária, sem diálogo”, pontua um eletricitário.