A quem interessa a entrega da estrutura eficiente dos Correios?



A quem interessa a entrega da estrutura eficiente dos Correios?

Por Ivan Carlos Pinheiro e Pedro Carrano

O governo Bolsonaro e sua base conservadora e apoiadores têm imposto à sociedade uma política que congrega a indiferença com a morte de mais de 527 mil pessoas, pautas conservadoras, ao lado de um programa de aprofundamento da entrega de empresas públicas para o capital internacional e nacional, no marco do interesse de empresas de gigantes da logística caso da FedEx, Amazon, entre outras, passando pela brasileira Magazine Luiza.

As grandes corporações estão interessadas em privatizar os Correios justamente para se apropriar da expertise, capilaridade e eficiência da estatal, que hoje é indispensável até mesmo para os serviços da iniciativa privada.

Depois da privatização criminosa da Eletrobras, agora o presidente da Câmara, Arthur Lira, adianta para julho a perspectiva de privatizar uma empresa lucrativa, com carteira de serviços ampla, voltada às necessidades reais do povo brasileiro, com um serviço executado por trabalhadores empenhados, hoje pouco mais de 92 mil trabalhadores – número que infelizmente vem decrescendo.

A quebra do monopólio dos Correios no setor postal certamente deve elevar o preço dos serviços para a população.

Em regiões de pouco acesso, caso da Amazônia, os Correios representam inclusão bancária, vacina e remédios nos postos de saúde. Entre os serviços, é importante listar o contrato com o Ministério da Educação (MEC) na entrega de todos livros da educação básica, principal responsável logístico pelo transporte e distribuição das provas do Enem.

Inclui também contrato com o Tribunal Regional Eleitoral (TRE) que garante a logística das urnas eletrônicas nas eleições; mencionamos também o serviço de remessas nacional e internacional que facilita a relação financeira de trabalhadores (as) que precisam deixar suas regiões no Brasil e os refugiados internacionais que necessitam enviar dinheiro aos familiares.

Empresa das mais antigas do Brasil, com 350 anos, defender os Correios é defender o patrimônio público que pretende ser vendido por Bolsonaro, reeditando a onda de privatizações que nos anos 90 que entregou a mineradora Vale grátis ao capital financeiro, causando inclusive desastres ambientais e humanos. E que agora fatia a Petrobras e privatiza a Eletrobras, entre outros crimes contra o Brasil.

Autossuficientes

Importante ressaltar também que os Correios são autossuficientes, não dependendo de repasses orçamentários da União, pagando salários e benefícios dos servidores e ainda fazendo o repasse obrigatório anual de 30% da receita líquida.

Além da prestação dos serviços públicos postais nos 5.570 municípios brasileiros, onde dá lucro, há ainda um pacto federativo em que os estados recebem receitas divididas pelos estados superavitários.

Nos atos, nas atividades de agitação, nos trabalhos de solidariedade, é importante gerarmos a reflexão sobre o papel dos Correios no serviço prestado ao povo brasileiro e a necessidade de não deixá-lo sobre o controle de corporações nacionais e sobretudo internacionais do setor.

Artigo originalmente publicado no Brasil de Fato | Curitiba (PR)

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