A quem atende o projeto do Pimentel na Cemig?



A quem atende o projeto do Pimentel na Cemig?

Um projeto de governo se manifesta em suas ações concretas. Pelo que estamos vivenciando na Cemig, o projeto de governador Pimentel não nos atende, não é o nosso projeto!

A expectativa da categoria em relação ao mandato Pimentel girava em torno das mudanças necessárias para garantir emprego e serviço de qualidade.
Na carta aos eletricitários, Pimentel assumiu claramente vários compromissos que não foram cumpridos, como por exemplo: a não demissão de trabalhadores da Cemig; primarização, através de concurso público; negociação democrática e transparente; respeito à autonomia sindical; gestão focada nas pessoas e no interesse público; e prestação de serviços de qualidade.

Desde o início do governo, o Sindieletro tem buscado negociar com a gestão Pimentel e com a Cemig, inclusive exigindo o cumprimento dessas promessas.
Mas a gestão Pimentel continua sendo marcada pela manutenção do trabalho precarizado, pela política de privilégios, que aumenta salários do presidente, diretores e conselheiros da Cemig, pela conivência com as empreiteiras, pelas contratações sem concurso, sobretudo os ad nutum. Tudo intensifica o sentimento de frustração entre os eletricitários.

A terceirização, como se sabe, mata e mutila trabalhadores a serviço da Cemig. Como se não bastasse essa barbárie, a terceirização traz outros prejuízos aos consumidores de energia e à própria empresa. Projetos de obras superdimensionadas lesam pequenos consumidores, enquanto grandes clientes são beneficiados com orçamentos de projetos com valor abaixo do real custo da obra.

A superexploração do trabalho também gera problemas para os trabalhadores da Cemig, principalmente eletricistas, que são responsabilizados pela má gestão da força de trabalho. Eletricitários afirmam que já trabalharam até 21 dias consecutivos, fazendo horas extras, para atender demandas em regiões com déficit na equipe de manutenção, por causa da redução do quadro próprio e dos problemas nos contratos com empreiteiras.

Hoje, trabalhadores e população se sentem desrespeitados e mal atendidos, enquanto no saguão da sede, representantes do executivo e do legislativo estadual transitam para agilizar suas demandas; os processos internos na empresa continuam sem solução.

A política de RH tem sido de grande frustração para os trabalhadores e trabalhadoras da Cemig. Ao contrário da fala do ex-presidente da empresa, Mauro Borges, de que não haveria mais demissão arbitrária, a Companhia demitiu, nos últimos dois anos, de forma discriminatória, 154 eletricitários que completaram 55 anos. Para os veteranos, neste governo veio ainda o golpe da redução do prêmio do Seguro de Vida, um direito conquistado há décadas.

A avaliação de desempenho é outro exemplo da ineficácia desta gestão. A ferramenta, que deveria premiar o esforço dos trabalhadores, só atende aos superiores que assediam e perseguem, sendo usada para cooptar e punir alguns ou oferecer privilégios para os chefes.

A PLR, conquista histórica da categoria, após greve de fome, está sendo tomada pela empresa, que diminui o montante a cada ano, como se nós, trabalhadores da Cemig, fossemos responsáveis pelos equívocos da gestão que, no passado, distribuiu 100% do lucro aos acionistas e se endividou excessivamente comprando ativos.

O incêndio nas subestações SE’s Varzea da Palma e Pampulha é retrato do descaso da gestão da empresa com seus ativos, que colocam em risco a sociedade, os trabalhadores e a empresa.

Por tudo isso, os trabalhadores têm considerado esta gestão na Cemig do grupo das piores dos últimos tempos e afirmado que, “a empresa deixou de ser uma bom local para se trabalhar”.

As ações do governo mostram um outro projeto, a favor do mercado, da terceirização e, em consequência, do sucateamento da Cemig. Será que o projeto do governo Pimentel é pela privatização e pela terceirização da Cemig?

Reforçamos nossa disposição pela construção de “Uma Outra Cemig”, dos trabalhadores e dos cidadãos mineiros. Continuaremos na luta por um governo democrático, transparente e voltado prioritariamente para os trabalhadores e cidadãos de Minas Gerais.

O Sindieletro reafirma mais uma vez: ESSE NÃO É O NOSSO PROJETO!

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