A proposta de Acordo Coletivo da Cemig pode por fim ao plano de saúde



A proposta de Acordo Coletivo da Cemig pode por fim ao plano de saúde

A proposta de Acordo Coletivo da Cemig pode por fim ao plano de saúde para ativos, futuros aposentados e os assistidos atuais

As ideias que têm permeado a Cemig oriundas da natureza perversa dos atuais gestores do estado e suas estatais podem causar prejuízos irreparáveis, com perdas irrecuperáveis para os eletricitários mineiros. A condução dada pelo atual governador, um ricaço de origem burguesa disfarçado de bom moço, e do atual presidente da Cemig, uma figura obscura que não se importa com a desumanização dos trabalhadores causada por seus atos, vem sendo um verdadeiro terror para a categoria que tanto trouxe progresso e riquezas para as Minas Gerais. O objetivo quase insano de retirar a parcela de contribuição da Cemig para o custeamento do plano de saúde dos trabalhadores aposentados se transformou numa busca frenética que, numa escala de horrores jamais vista, fez a Cemig ir ao Judiciário promover alterações estatutárias criminosas na Cemig Saúde e ir ao ataque do Acordo Coletivo dos trabalhadores, tudo no sentido de propiciar a esses algozes dos trabalhadores a pretensão requerida.

A guerra agora é para colocar no Acordo Coletivo dos trabalhadores ativos uma vedação à entrada de novos participantes no PSI, pessoas novas que oxigenariam o plano; o resultado disto? Será a inviabilização futura do plano para seus beneficiários que causaria a saída espontânea destes por falta de condições de arcar com as mensalidades. Mas, e os outros planos oferecidos, seriam uma alternativa?

VEJA POR QUE ISTO É UMA FALÁCIA:


O que permite a existência de planos de saúde a preços acessíveis para seus beneficiários é a possibilidade de solidariedade no custeio. Há um compartilhamento tácito em que pessoas mais jovens que usam menos os recursos dos planos contribuem com o custeio daqueles que usam mais. O PSI se sustentou ao longo de sua existência nessa relação pactual em que as gerações mais jovens subsidiaram as anteriores, e o fluxo de novos trabalhadores na Cemig deu as condições necessárias para que o plano permanecesse a preços razoáveis e com uma qualidade de destaque.

Ao atacar o fluxo de trabalhadores chegantes, a Cemig retira um importante instrumento de manutenção de sobrevivência do PSI, e o colapso pelo envelhecimento da carteira levaria muitos a abandonarem por falta de condições de arcar com os preços; e quanto mais pessoas saírem, mais caro o plano se torna, fica inviabilizado de vez. Do outro lado, a Cemig vai estar satisfeita, pois não precisará arcar com os valores que desembolsa na parcela dos custos em que é responsável por obrigação contratual com os trabalhadores.

Os outros planos oferecidos são uma grande armadilha para os trabalhadores. Se assim não fosse, a gestão da empresa teria construído a ideia dentro de uma relação democrática com a participação dos trabalhadores na sua gestão como é no PSI, mas ao contrário, ela os instituiu numa ação autoritária, mudando o estatuto da Cemig Saúde e impondo os planos com regras criadas por ela de forma unilateral, e com sua total gestão, ficando os trabalhadores totalmente de fora de qualquer decisão em relação aos novos planos. A autoridade sobre eles está nas mãos dos diretores indicados pela Cemig e do presidente do Conselho Deliberativo indicado pela Cemig, que poderá, através do voto de qualidade, decidir aquelas questões que chegarem ao colegiado. O futuro dos novos planos à Cemig pertence.

Para além disto, o formato desses planos não é solidário, pelo menos entre ativos e aposentados. E também não há pacto entre as gerações, porque ao se aposentar, o trabalhador não ficará no mesmo plano que os ativos. Sim, é isto mesmo. A Cemig não conta e nem esclarece essa façanha maldosa que perverte esses planos oferecidos.

Cada plano é direcionado para uma categoria específica. Por exemplo, o plano Premium Patrocinado é aquele em que as patrocinadoras oferecem aos seus trabalhadores da ativa. Pessoas mais jovens, por isto com custos menores, e aí as patrocinadoras não se importam de custear o plano total. Elas têm duas principais vantagens, desembolsam menos dinheiro por um plano mais barato, e quando o trabalhador se aposentar não terá direito de continuar no mesmo plano. Neste caso, a Cemig poderá oferecer ao trabalhador aposentado a possibilidade de aderir ao plano Premium Autopatrocinado. É um plano essencialmente composto de pessoas com idade mais elevada, neles estarão os pais dos trabalhadores que na ativa estão no plano Premium Patrocinado e seus dependentes especiais. O custo deste plano recai totalmente nas costas dos seus beneficiários, e apesar de a Cemig ter atraído para si toda a autoridade em relação a esses planos, o beneficiário é que será responsável por todos os seus custos, mesmo não mandando nada na gestão deles. Neste caso, qualquer eventual mudança em desfavor dos beneficiários está nas mãos das patrocinadoras, as mesmas que estão desde 2021 querendo dar calote nas obrigações contratuais com o custeio do PSI.

Não há comprovação de sucesso dos novos planos. Pelo contrário, o que está evidente é um risco imenso que poderá vitimar milhares de beneficiários, deixando-os sem plano no período mais necessário de suas vidas, quando alcançam a idade para se aposentar. E, ainda mais grave, o mercado não absorve essas pessoas nos seus planos nessas condições, os preços oferecidos são extremamente elevados. Neste caso, o trabalhador da Cemig estará se aposentando e correndo grande risco de ficar sem plano de saúde. Tudo isto por causa de uma gestão que quer se promover entregando a Cemig para o mercado às custas da ruína e má sorte de milhares de mineiros.

 

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