Em busca de lucros cada vez maiores para os acionistas, a gestão da Cemig não se importa mais com a qualidade do serviço prestado à população e com o bem estar dos trabalhadores. Os eletricitários, que já foram considerados o maior patrimônio da empresa, agora são vistos como um custo que precisa ser cortado.
Nas pequenas localidades do Vale do Aço, a Cemig está desativando as unidades e transferindo os trabalhadores para cidades maiores. De acordo com o gerente da SL/IP, Humberto Donizete, "A transferência se dará de forma gradativa, sem pressões e traumas". A medida que um eletricitário se aposentar ou se desligar da empresa, outro trabalhador será incentivado a aceitar a transferência. Mas essa alegação do gerente é contestada pelos trabalhadores.
Para o coordenador do Sindieletro na Regional Vale do Aço, Emerson Andrade Leite, a atitude da Cemig, além de representar um retrocesso na prestação de serviço para a sociedade, fragiliza o trabalhador. “O eletricitário não terá condições de resistir à pressão, uma vez que ele não pode trabalhar sozinho e terá que aceitar a transferência”, observa.
Para o Sindieletro, esta é mais uma prova de que a política de RH da Cemig não pensa nas pessoas. As transferências mexem profundamente com a vida e a família dos trabalhadores - muitos são casados, têm filhos na escola e são forçados a mudar de cidade, desfazendo laços familiares e de amizades.
Em abril o Sindieletro denunciou o fechamento de várias localidades no Vale do Aço e no Triângulo. Para Emerson o verdadeiro motivo para a empresa fechar unidades é a decisão de transferir as atividades para as empreiteiras, precarizando o atendimento à população para gerar mais lucros para os acionistas.