Todos juntos: categoria, Sindieletro, ABCF, AEA e Senge, além de apoios importantes de mandatos parlamentares e de movimentos sociais e populares. Conselheiros da gestão Zema na Cemig Saúde vão ser responsabilizados civil e criminalmente
A luta continua, mesmo após os conselheiros indicados pela gestão Zema na Cemig Saúde terem, ilegalmente, aprovado as alterações estatutárias do nosso plano de saúde. Na manhã da quinta-feira, 15 de junho, os eletricitários ativos e aposentados realizaram o ato da resistência em frente ao prédio da Cemig Saúde, durante a votação das alterações estatutárias. Os conselheiros indicados pela gestão Zema não se sentiram constrangidos e tampouco receosos diante do aviso de que serão responsabilizados judicialmente por desrespeitarem o regulamento da Cemig Saúde e impor, pelo voto de minerva, mudanças que retiram o poder de decisão do Conselho Deliberativo, passando esse poder para os gestores das patrocinadoras.
Teremos algumas frentes de lutas para reverter a situação, com resistência na base, apoio de importantes mandatos parlamentares e a luta jurídica, além da solidariedade dos movimentos sociais e populares. O Sindieletro, a ABCF, a AEA e o Senge-MG protocolaram durante o ato uma notificação extrajudicial com o alerta para as ilegalidades que os conselheiros indicados pela gestão Zema cometeram ao aprovar as mudanças estatutárias.
O ato em defesa da Cemig Saúde contou com o apoio dos mandatos dos deputados Betão (estadual) e Rogério Correia (federal), e do vereador Bruno Pedralva, todos do PT. Os trabalhadores ativos e aposentados e a direção do Sindieletro fizeram uma homenagem ao companheiro Frederico Maciel Gravito, ex-diretor do Sindicato e falecido há cerca de um mês, com a participação da esposa dele, conhecida carinhosamente por Mazé.
Luta unificada em defesa da Cemig Saúde
O coordenador-geral do Sindieletro, Emerson Andrada, lembrou que o plano de saúde foi construído com o sangue e o suor dos trabalhadores ativos e aposentados, que não veio de graça, mas é uma conquista da categoria eletricitária Cemig. “A Cemig é uma das maiores e mais lucrativas empresas de Minas, um dos maiores patrimônios dos mineiros. No último ano, obteve um lucro de 4,3 bilhões de reais, mas a gestão Zema nessa empresa, de forma mesquinha, impõe retirar os aposentados e as aposentadas do plano de saúde. Milhares de aposentados fazem tratamento de saúde e estão com o direito ao acesso à saúde ameaçado pela gestão de Romeu Zema. A gestão pretende retirar o dinheiro do plano para atrair o mercado e privatizar a Cemig, além de aumentar os dividendos dos acionistas”, esclareceu.
Emerson enfatizou que Sindieletro, ABCF, AEA e Senge estão unificados e mais fortalecidos na luta em defesa da Cemig Saúde. O vereador de BH Bruno Pedralva ressaltou que o trabalho da categoria ativa e aposentada sustentou e sustenta a Cemig, pois o lucro da empresa vem do trabalho, e acrescentou que a saúde é direito e não benesse da empresa. “O patrimônio da Cemig e do povo mineiro foi conquistado graças ao trabalho de vocês, trabalhadores, ao longo do tempo”, enfatizou. Pedralva reafirmou que está junto na luta pelos direitos dos eletricitários ativos e aposentados, que a categoria pode contar com ele.
Usurpadores e desumanos
A eletricitária aposentada e diretora do Senge-MG, Maria Helena Barbosa, avaliou que as mudanças impositivas no estatuto da Cemig Saúde é uma crueldade da gestão Zema e conclamou para que a categoria e as entidades que representam os trabalhadores e beneficiários se mantenham juntas e fortes para resistir. “Os aposentados não têm que sair do plano de saúde, quem tem que sair são os usurpadores que vieram de São Paulo, apadrinhados pelo Zema, para sugar o dinheiro da Cemig e acabar com o plano de saúde”, disse.
O coordenador da Regional Metropolitana do Sindieletro, Alex Lopes, classificou como uma desumanidade a decisão de alterações estatutárias do plano de saúde para retirar os aposentados. “É importante que cada trabalhador, aposentado e ativo, convoque seus colegas de Cemig para fortalecer a luta, aumentar nossas trincheiras de resistência”, afirmou.
O diretor do Sindicato Guilherme Alves Fernandes lembrou que a notificação extrajudicial assinada pelo Sindieletro, ABCF, AEA e Senge, enviada ao presidente do Conselho Deliberativo, aos demais conselheiros e todos os diretores, aponta para a possibilidade de irregularidades e eventual responsabilização civil e criminal. A notificação apresentou as prováveis alterações estatutárias e eventuais problemas na aprovação das contas de 2022 pelo Conselho Deliberativo, mesmo após a emissão do parecer em contrário do Conselho Fiscal. O Conselho Fiscal reprovou as referidas contas, também rejeitadas pelos conselheiros deliberativos eleitos pelos beneficiários e pela categoria, em assembleia.
Um dos motivos da rejeição das contas foi que, segundo denúncia anônima, a direção da Cemig Saúde utilizou recursos do Plano de Saúde Integrado (PSI) na criação de novos planos. Seriam recursos na ordem de 12 milhões de reais, dinheiro que é também dos beneficiários. “A luta será árdua, por isso, torna-se necessária a união da categoria e entidades representativas para impedir as maldades perpetradas pela atual gestão. Sigamos firmes na luta!”, concluiu.