O presidente Mauro Borges, ao assumir a direção da Cemig, prometeu aos trabalhadores outra empresa, com o fim dos privilégios e das demissões aos 55 anos, justiça na distribuição da PLR, a construção conjunta de um novo PCR e o fim das restrições de acesso e diálogo com as entidades sindicais. Ele também se comprometeu a acabar com a exploração dos eletricitários terceirizados.
Durante o ano de 2015, foram feitas várias reuniões de mesas temáticas que, na prática, não deram em nada. Não demorou muito para que os eletricitários percebessem que as mudanças não viriam apenas com promessas. Era preciso fazer o enfrentamento.
E na campanha do ano passado, a categoria mostrou que não fugiria do embate. Logo nos primeiros dias, fizemos uma vigília de 15 dias na sede da Cemig, em protesto contra a morte de mais um trabalhador terceirizado e exigindo a Primarização.
No mesmo ano, a categoria promoveu a maior greve da história da Cemig, com 54 dias de braços cruzados, e conquistaram um acordo que previa, entre outros itens, a distribuição da PLR 50% linear, a contratação de 400 trabalhadores e a construção de um novo PCR em conjunto com os trabalhadores.
Do ano passado até agora, vários compromissos do presidente tornaram-se letra morta: a Cemig reduziu o valor do seguro de vida dos aposentados, aumentou o valor de despesas do cartão corporativo para viagens internacionais e aprovou aumentos escandalosos para o presidente, diretores e para o Conselho de Administração. Também dispararam os gastos e as contratações de “ad nutum” e “apadrinhados políticos”. Um verdadeiro escárnio com a história da estatal.
Quanto à contração dos 400 eletricitários, até hoje não foi efetivada. Muito pior. O presidente Mauro Borges descumpriu mais esse compromisso e demitiu em junho cerca de 160 eletricitários, todos com idade a partir dos 55 anos, sob a alegação de que a estatal passa por crise financeira. Também deixaram de ser efetivados centenas de trabalhadores classificados na seleção interna.
Se por um lado podemos comemorar a atitude da atual gestão deretomada das 18 usinas na Cemig GT, por outro, a qualidade dos serviços da Cemig D continua em queda livre e a empresa pode perder a concessão da distribuidora.
ACT 2016/2017
Diante de tantos problemas, iniciamos a campanha do Acordo Coletivo de Trabalho 2016/2017 com vários desafios. Agora, a nossa luta é para manter os direitos conquistados nos 65 anos do Sindieletro e buscar muito mais.
Não podemos depender da palavra deste, ou daquele. Cabe a nós, neste ano, cuidar e proteger o nosso Acordo, semeando as lutas que vão garantir mais conquistas no futuro.
A combatividade e a coragem estão no DNA da categoria. Não nos curvamos, independentemente de quem esteja ocupando o governo do Estado e a direção da empresa. A mudança que a Cemig precisa está em nossas mãos.