A Mercedes-Benz vai efetivar 600 temporários na fábrica de São Bernardo do Campo, no ABC paulista, além de 100 aprendizes do Senai. Também serão contratados aproximadamente 250 temporários a partir de janeiro. As informações são do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC (Smabc), que no sábado (7) realizou plenária com os trabalhadores.
Segundo a entidade, parte dos 600 já tinha deixado a empresa, enquanto outros estavam com o contrato por terminar. Pela negociação com a Mercedes, os trabalhadores horistas que estavam com as faixas salariais congeladas terão a evolução retomada no mês que vem.
“Essa é uma vitória de todos nós, fruto de negociações importantes que além de garantirem estabilidade em meio à crise também asseguram que mais 250 famílias tenham comida na mesa”, afirmou o secretário-geral do sindicato, Moisés Selerges, trabalhador na Mercedes e integrante do comitê sindical (CSE).
Mercado ainda incerto
De acordo com Moisés, as contratações foram possíveis diante da perspectiva de crescimento sazonal no primeiro semestre do próximo ano. “A possibilidade de ter vacina traz certo aquecimento no mercado, mas que continua muito incerto. Temos que ficar de olho na Europa, que está passando pela segunda onda de covid, e no cenário pós eleição nos Estados Unidos, questões que influenciarão nas vendas aqui.”
Os metalúrgicos lembram que no ano passado firmaram acordo de investimento para tornar a unidade do ABC a fabricante mundial de duas “famílias” de motores da Mercedes. “Esse acordo já previa um crescimento da demanda de São Bernardo. Como o mercado automobilístico está retomando e aqui dentro da fábrica já tinha uma projeção de novos produtos por conta do acordo de 2019, ajudou muito nessa discussão dos contratados”, observou Moisés.
“Diante de um ano difícil como tem sido 2020, com muitas demissões no país e negociações complicadas, conseguimos fechar um importante acordo em abril que garantiu a estabilidade de todos os efetivos até o fim do ano. E agora, para fechar o ano, temos mais uma importante conquista”, acrescentou o coordenador do CSE, Ângelo Máximo de Oliveira Pinho, o Max.
Fonte: CUT