A escravidão moderna



A escravidão moderna


Mais uma empreiteira da Cemig dá cano em trabalhadores

A bola da vez são os trabalhadores da Topel Construções LTDA, empresa com sede em Almenara, contratada pela Cemig para realizar poda de árvore e limpeza de faixas em Belo Horizonte, Caeté, Betim, Sete Lagoas e região. Eletricitários denunciam que há dois meses não recebem salários. A última vez em que viram a cor do dinheiro foi no dia 18 de junho. Ha denúncia de que a empresa também não está depositando o FGTS e o INSS.

Em Capim Branco, cidade próxima a Sete Lagoas, o problema é agravado pelas péssimas condições do alojamento. Em busca de melhores oportunidades de trabalho e de vida, os eletricitários que foram recrutados em Carangola, contavam com o salário, que era remetido às esposas para alimentar os filhos e administrar as despesas do mês. “Estamos passando necessidades aqui em Capim Branco. Minha esposa liga pedindo dinheiro para comprar comida, mas não tenho nada. Isso é revoltante”, desabafa um trabalhador.

Há ainda casos de eletricitários que correm o risco de parar na cadeia por falta de pagamento da pensão alimentícia. Outros pediram demissão há mais de 40 dias, mas a empresa ainda não fez o acerto.

Valdevino Eustáquio de Souza, dono do imóvel onde os trabalhadores estão alojados só conseguiu receber dois meses de aluguel atrasado depois que ameaçou trancar o portão com os trabalhadores do lado de fora. Ele conta que as contas de luz também estão atrasadas e a Cemig (quem diria!), pode cortar o fornecimento de energia a qualquer momento.

Na quinta-feira (21) os eletricitários voltaram para casa em Carangola. Mas contam que o supervisor da Topel, Adelson Martins de Souza, apenas abasteceu a Kombi para transportá-los e não deu dinheiro sequer para que fizessem um lanche durante a viagem.

Em outro alojamento da empresa em Baldim, na mesma região, sete eletricitários continuam trabalhando sem receber salários há dois meses.

A Cemig começou a veicular uma nova campanha publicitária que destaca a grandeza da empresa. A peça informa que ela atua em locais que nem imaginamos. Mas, será que ela imagina o que é trabalhar numa atividade perigosa, que envolve a eletricidade, longe da família e há dois meses sem receber salário?

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