A dura realidade do trabalhador terceirizado na Cemig



A dura realidade do trabalhador terceirizado na Cemig

 

A vida do trabalhador brasileiro não está nada fácil, principalmente nas empreiteiras da Cemig. Sem valorização profissional, recebendo salários bem menores que os eletricitários do quadro próprio, quase sem benefícios, os trabalhadores terceirizados enfrentam uma rotina de atrasos no pagamento, não cumprimento dos acordos coletivos e ameaças.

É o que denunciam trabalhadores da AFK Helena Batista, terceirizada que presta serviços na área de manutenção de transformadores, religadores e reguladores de tensão e outros equipamentos em várias unidades da Cemig.  Segundo eles, a empresa descumpriu a cláusula do acordo coletivo, firmado em outubro de 2019, que estipula o pagamento de um abono salarial de R$500,00 até o quinto dia útil de fevereiro.

Com as contas de água, luz e os gastos com transporte e alimentação, parte dos trabalhadores tiveram que se virar para arcar com as despesas. Segundo eles, em fevereiro a empresa não realizou o pagamento dos salários.

Há denuncias de sempre haver atrasos no pagamento das férias, atraso na quitação do décimo terceiro e não depósito do FGTS. Segundo informações dos trabalhadores, o representante da empresa alega que a situação é por causa de bloqueio no repasse da Cemig.

O Sindieletro procurou o gerente de Relações Trabalhistas e Internas da Cemig, Brunno Viana e o representante da empreiteira. Em contato telefônico inicial, o responsável pela AFK afirmou que, “as denúncias não procedem e que os trabalhadores devem ser tratados com respeito”. Porém, não respondeu os questionamentos encaminhados por e-mail, até o fechamento desta edição.

Brunno Viana informou que realmente houve bloqueio da fatura da empresa, mas que o problema já havia sido solucionado e que a empreiteira pagou os salários de todos os trabalhadores no último dia 12. O que é irregular, pois a lei determina que os trabalhadores  devem receber até o quinto dia útil do mês. Sobre o abono de R$500,00, o gerente da Cemig disse que será pago na próxima semana.

Em relação ao FGTS, Brunno Viana afirmou que está faltando depositar apenas os valores referentes ao mês de fevereiro. Sobre o não pagamento das férias, o responsável pela empresa disse ao gerente da Cemig que a informação não procede.

Em novo contato com os trabalhadores, no dia 14, eles informaram que receberam o salário de fevereiro. No entanto, disseram que continuam com os demais problemas e, novamente, consultaram o extrato do FGTS, confirmando que o último depósito foi em novembro de 2019.

O grande receio dos trabalhadores é com a possibilidade do encerramento do contrato da empreiteira com a Cemig. Isso pode emperrar o acerto dos direitos trabalhistas.

 O Sindieletro continuará a acompanhar a situação dos trabalhadores da AFK e cobra da Cemig seriedade e celeridade na fiscalização dos contratos, o cumprimento das obrigações da empreiteira e respeito às relações trabalhistas.

 

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