A crise hídrica é uma farsa escandalosa

Parte I

O discurso do governo Bolsonaro e dos gestores do setor elétrico brasileiro de que o clima e a seca foram responsáveis pela crise hídrica no país é uma farsa que beira as fake news. Faz parte de uma estratégia vergonhosa para justificar a alta estrondosa das tarifas de energia elétrica, com o objetivo de maximizar os lucros dos empresários do setor, e o povo paga a conta.

O alerta é do Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB), que esclarece sobre os motivos do engodo e reafirma que a dita crise hídrica foi fabricada.

O coordenador do MAB, Joceli Andreoli, lembra que o governo Bolsonaro aponta a seca como a responsável pelo esvaziamento dos reservatórios das usinas hidrelétricas, aterroriza a população insistindo que o país viveu a pior estiagem dos últimos 91 anos e, por isso, houve a necessidade de usar, em todo o seu potencial, as usinas termelétricas.

O ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque, declarou que, se não formos ‘educados’ o bastante para um suposto ‘consumo racional’, seremos castigados com racionamentos de energia elétrica e aumentos na conta de luz.

Segundo Joceli, após o amplo discurso da farsa, foi aprovada a MP 1.055, com ações emergenciais e regras excepcionais para o uso dos recursos hidroenergéticos. A MP autorizou que os custos das termelétricas sejam ressarcidos com encargos na conta. E a conta foi jogada para o povo, que pagou 52% a mais na bandeira vermelha patamar 2.

A cobrança pela bandeira vermelha passou de R$ 6,24 para R$ 9,49 a cada 100 kWh consumidos, gerando um reajuste de 17% na conta de luz. O povo brasileiro está pagando R$ 2,5 bilhões por mês para os donos das usinas, que faturam com a dita crise de energia.

“É verdade que o volume dos reservatórios nacionais estava em apenas 40% de água armazenada, a segunda pior situação desde a privatização do setor na década de 1990. Porém, como chegamos a essa situação? É nesse ponto que residem as mentiras e ocultamentos do governo”, destaca. Ele acrescenta que poderia ser diferente e mostra os dados que provam a construção da crise hídrica.

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