Mais uma vez a direção da Cemig solta um boletim manipulador que de “Diálogo” (nº37) não tem nada, por¬que só mostra decisões tomadas de cima para baixo, sem uma única palavra que expresse a opinião dos traba¬lhadores, para tentar empurrar goela abaixo da categoria a proposta de distribuição da PLR.
A manipulação já chega com a manchete – Cemig tem a melhor PLR do setor. Será? Ora, por que não foi apresentado um rol mais amplo de empresas do setor elétrico? Por que não foi relacionado o Grupo Eletrobras? Por que essa omissão?
Omissão mais grave foi a direção da empresa destacar valores médios que os trabalhadores já receberam de PLR nos últimos dois anos e desconsiderar totalmente o privilégio que já promoveu e o privilégio que vai pro¬mover com a sua proposta indecente de Participação nos Lucros e Resultados. Queríamos ver é a empresa ter a coragem de publicar os valores recebidos pelos gerentes, superintendentes e diretores. E na proposta deste ano continua a mesma injustiça; para os chefes, uma PLR milionária.
Outra injustiça é a postura da empresa de não negociar de jeito algum. Rompeu o diálogo com os traba¬lhadores e vem impor sua vontade com discursos no “Diálogo” que só convencem os privilegiados. Depois, fica criticando a organização dos trabalhadores, como se nós é que fôssemos os radicais, mas ignora que no discurso dá uma de boazinha e na prática só vem com chicote para cima dos trabalhadores.
Queremos negociar de fato!
A legislação da PLR deixa claro que é preciso negociar, que é preciso discutir propostas que atendam os inte¬resses dos envolvidos na negociação, ou seja, trabalhadores e empresa. Mas não é o que a Cemig quer. A propos¬ta que a direção patronal fez e tenta com manipulação nos forçar a aprovar destina-se claramente a favorecer os superintendentes (veja quadro). Deixemos claro: essa política foi implaNtada na Cemig pelo ex-governador Aécio Neves, e prosseguiu com o atual governador, Antônio Anastasia.
Choque de gestão só para a turma dos tucanos
O senador Aécio Neves inventou o tal choque de gestão para consolidar privilégios. Logo ele que aponta o dedo contra os 39 ministérios do governo federal, mas em Minas os governos dele e de Anastasia criaram na Ce¬mig mais 57 superintendências e mais 11 diretorias. Ao mesmo tempo, reduziram pela metade o número de ele¬tricitários. Os acionistas da empresa também têm sido privilegiados. Todo ano embolsam bilhões de dividendos.
Todos os trabalhadores concursados e demitidos da Cemig Serviços trabalhariam quase 14 anos para receber em salário o que diretores e superintendentes da Cemig irão ganhar apenas como prêmio em 2013 / 2014.