Número é 93% maior do que o registrado em 2017; Com 754 casos, Minas Gerais foi o estado com mais situações de trabalho degradantes flagradas
Entre o mês de janeiro e a primeira quinzena de outubro deste ano, os auditores do Ministério do Trabalho encontraram 1.246 trabalhadores em condições análogas à escravidão no Brasil. O número, divulgado na última quinta-feira (18) pelo próprio órgão do governo, é 93% maior do que o registrado em todo o ano passado (645).
Segundo o Ministério do Trabalho, Minas Gerais (754) foi o estado liderou o número de trabalhadores encontrados em situações análogas à escravidão , seguido por Pará (129) e Mato Grosso (128). As três atividades que mais registraram casos foram a criação de bovinos, o cultivo de café a produção florestal (ou plantio de florestas).
Durante as operações, realizadas em 159 estabelecimentos, foram formalizados 651 trabalhadores, emitidas 601 guias de seguro-desemprego e pagos R$ 1,7 milhão em verbas rescisórias aos trabalhadores resgatados. Ainda de acordo com o ministério, o meio urbano foi o lugar onde os fiscais encontraram mais condições degradantes (869); no meio rural, foram 377 casos registrados.
Para Maurício Krepsky, chefe da Divisão de Fiscalização para Erradicação do Trabalho Escravo (Detrae), o crescimento no número de trabalhadores em situação análoga à escravidão está ligado ao planejamento prévio das ações, delimitando espaço e tempo precisos para flagrar os estabelecimentos ilegais. "Considerando as operações em andamento, já foi ultrapassado o número de resgatados no ano passado”, acrescenta.
"Radar" da escravidão
As informações sobre o combate ao trabalho análogo à escravidão constam no Radar do Trabalho Escravo, da Secretaria de Inspeção do Trabalho (SIT). O Radar é um recurso de consulta pública aos resultados consolidados da inspeção do trabalho no Brasil, e pode ser acessado por meio do site oficial da ferramenta.
O Radar possui ainda informações sobre o combate à informalidade, sonegação de FGTS (Fundo de Garantia do Tempo de Serviço), inserção de aprendizes e portadores de necessidades especiais no mercado de trabalho, autos de infração lavrados pelos auditores-fiscais do trabalho e política pública de combate ao trabalho escravo .
Pelo Radar, todos os cidadãos podem ter acesso às informações da história do combate ao trabalho escravo no Brasil, desde 1995, e de outras ações desenvolvidas pela SIT.
Vale lembrar que as denúncias de trabalho análogo à escravidão podem ser feitas nas unidades do Ministério do Trabalho em todo país e também por meio do Disque Direitos Humanos (Disque 100)
Fonte: Economia - Portal iG