Precisamos avançar muito mais para ter sucesso na implementação das melhorias na linha viva
Nos dias 29 e 30 de julho o grupo que discute o Pacto pela Saúde e Segurança realizou reunião, na Escolinha de Sete Lagoas (UniverCemig). A linha viva novamente foi o foco das discussões. Além dos membros do grupo, participaram do debate os técnicos, gerentes e supervisores lotados na Superintendência (SM), responsável pelas equipes de linha viva da Cemig, com o intuito de envolver os responsáveis pela atividade na busca de soluções.
As gerências responsáveis por implementar as demandas levantadas pelos eletricistas durante as reuniões do Pacto e nos locais de atuação, apresentaram relatório do que está sendo feito para a melhoria das condições de trabalho, de saúde e segurança na linha viva.
As ações de curto e médio prazo e com menor complexidade, nos aspectos técnicos e de custo, já estão sendo implantadas. Porém, as demandas de maior complexidade e de longo prazo ainda estão sem soluções concretas.
Algumas das ações adotadas pelas gerências ainda precisam de monitoramento para garantir a melhoria. Por isso, é fundamental que os eletricistas da linha viva acompanhem, dia a dia, as mudanças para dar o aval sobre sua eficácia, e, caso não atendam as necessidades, será necessário retomar os trabalhos e debates.
O Sindieletro contribuiu na discussão e espera que sejam considerados os pontos levantados pelos dirigentes sindicais em relação à saúde do trabalhador, aspecto em que as medidas ainda são insuficientes para a garantia da saúde do trabalhador.
O diretor do Sindieletro e um dos representantes dos eletricitários no Pacto pela Saúde e Segurança, Jefferson Silva, entende que a continuidade do diálogo é fundamental para se avançar, também, em relação às demandas de longo prazo e de maior complexidade.
Para Jefferson Silva, o mais importante é o diálogo com os eletricistas que vivenciam a linha viva. “Esse é um grande desafio para nós, trabalhadores e gestores da empresa. Precisamos dialogar não só com base em leis, normas e medidas, mas, também, considerando a realidade dos trabalhadores”. O Sindicato manifestou essa preocupação no grupo ao perceber que algumas demandas dos eletricistas emperraram por causa de normas e leis.
Exemplo desse impasse é o caso da cabine auxiliar do caminhão de linha viva, que não atende aos aspectos de saúde e segurança dos trabalhadores, mas está de acordo com as normas da ABNT. Os eletricistas entendem ser necessária a utilização de carro de apoio para o deslocamento até o local do serviço, o que já ocorre em várias equipes de linha viva. “Ao pautar o diálogo pela experiência que o eletricista tem, ouvindo-o, ganhamos todos, trabalhadores e gestores da Cemig”, ressaltou Jefferson Silva.
O grupo do Pacto deve se reunir em agosto e setembro. Este mês será realizada reunião que vai tratar do processo de trabalho nas empreiteiras. Está prevista reunião nos dias 9 e 10 ou 16 e 17 de setembro para tratar as melhorias na linha viva que ainda não tiveram avanços. O Sindieletro reafirma que é um equívoco a Cemig querer implantar as duplas de linha viva para substituir as equipes, colocando em risco a segurança dos trabalhadores. Ainda não há acordo sobre este ponto no Pacto e os debates precisarão ser aprofundados.
Um dia a dia difícil
O eletricista Reginaldo Santiago Marques atua há 13 anos na linha viva, em Ipatinga. Ele considera positiva a participação dos trabalhadores nas discussões do Pacto, onde há troca de experiências, relatos sobre os problemas e dificuldades enfrentadas no dia a dia do trabalho.
O eletricitário diz que houve algumas melhorias, principalmente na comunicação com o COD. Ele também aprova ações que vão ser colocadas em prática, como a instalação de ar condicionado nos caminhões, a substituição do uniforme anti-chamas, que será mais leve, e a adoção da função hot line dos novos religadores, que passou a ser utilizada em todo o estado, aumentando a segurança no trabalho.
No entanto, para Reginaldo, é preciso avançar. Ele defende que a Cemig passe a investir na valorização e motivação das equipes, atraindo novos trabalhadores para a linha viva. “Antigamente os eletricistas dessa área eram vistos pela empresa como trabalhadores de elite, mas, hoje, são considerados empregados comuns que fazem de tudo na Cemig”, observa.