Cemig atingiu 8 milhões de consumidores, mas tira vale alimentação da mesa do trabalhador terceirizado
Desde julho, os 30 vales alimentação pagos nas férias dos trabalhadores da Terceiriza foram cortados. E a próxima perda será diminuir os 30 vales mensais para 20.
O Márcio Serrano, DGE da Cemig, afirmou que as atividades meios não seriam precarizadas na nova gestão. Mas não é isso que está acontecendo.
Já tentamos via negocial convencer a DGE a manter os vales, inclusive um amplo abaixo- assinado feito pelos companheiros e companheiras da Cemig foi entregue. Mesmo assim, a resposta foi negativa.
No dia 9 o pessoal da Terceiriza parou as atividades na sede da Cemig para manter os vales, que significa muito para eles.
Por tudo isso, invoco nosso DGE que mantenha o seu compromisso feito conosco, até porque esta deve ser a atitude de uma direção comprometida com a verdade.
Peço a ele que grite, no bom sentido, nos ouvidos dos aferrados à rotina de excessivos cortes, responsáveis pelo financeiro e orçamento da empresa, que tirar vale alimentação das terceirizadas e terceirizados não é garantir mais dinheiro para Cemig. É tirar comida da mesa da trabalhadora e do trabalhador braçal da empresa.
Acredito que cortar vale, principalmente de quem ganha tão pouco não é justo, principalmente quando o alto comando da empresa tem um restaurante 0800 no 18º andar da sede, com chefe de cozinha com cardápio variado e sofisticado. Penso que o correto seria fechar esse restaurante e reabri-lo para o pessoal do piso, faxineiras, carregadores e outros. E para ser mais justo, cobrar o mesmo preço que é cobrado hoje: nada!
Parafraseando Francisco, quando ele diz que “a Igreja também precisa ser chamada a ser pobre”, eu digo que as chefias dessa empresa também precisam a ser chamadas a serem pobres, para que percebam que “fazer mais com menos” no lombo dos trabalhadores e das trabalhadoras é tirar arroz e feijão não só da panela dos empregados, mas também do prato de seus filhos.
Por que os super pobres precisam pagar o pato? O correto não seria agora os super-ricos roerem o osso dos medalhões de filé mignon servidos a eles ao molho de gordas PLRs?
Pergunto: cadê a direção ideológica comandada pelo presidente Mauro Borges? Lembra, presidente, quando este soldado te entregou a camisa da Cemig no dia da sua posse e fez essa denúncia da retirada dos vales? Eu me lembro da sua resposta: “isto não pode nem vai continuar acontecendo na Cemig".
Ao final dessa reflexão, invoco a veia ideológica de esquerda do nosso presidente Mauro Borges para que não permita que essa perversidade tire comida da mesa da trabalhadora e do trabalhador do piso dessa empresa.
Soldado Moises Acorroni
Diretor do Sindieletro