Há exatos 71 anos, em 25 de julho de 1951, um grupo de eletricitários da extinta Companhia Força e Luz passou a se chamar Sindicato dos Trabalhadores na Indústria Hidroéletrica de Belo Horizonte, Santa Bárbara e Itabirito. Tempos depois, ele se transformou no Sindieletro.
Em 22 de maio de 1952, a Cemig foi criada e Minas Gerais passou a ter duas importantes empresas de energia, cujos trabalhadores eram representados pelo Sindieletro. Nos anos 70, a Cemig incorporou a Companhia Força e Luz, consolidando-se como a mais importante empresa de eletricidade do Estado.
Ao longo dos anos, os eletricitários e eletricitárias conquistaram muito: Acordos Coletivos cada vez mais avançados, melhores condições de trabalho e aposentadoria, benefícios e salários melhores. Passamos pela ditadura militar – sofrendo até mesmo intervenção direta na diretoria –, por crises socioeconômicas e pela maior pandemia do século.
Lutamos. Contra as ameaças de privatização. Contra a Reforma da Previdência. Contra a Reforma Trabalhista. Por empregos e serviços de boa qualidade. Pelo respeito aos trabalhadores e seus direitos. Pela conscientização sobre as relações de trabalho. Nos últimos anos, nos vimos cercados por um projeto neoliberal que avança em Minas Gerais, no Brasil e no mundo. As ameaças de privatização das estatais e o sucateamento que vem no bojo desta política para o mercado nos mantêm alertas e atuantes.
O governo de Romeu Zema, aliado à gestão de Jair Bolsonaro na presidência, traz diversos prejuízos para o povo, e os eletricitários o sentem cada vez mais: fechamento de localidades, ataques à Cemig Saúde e à Forluz, desvalorização dos aposentados e das entidades representativas. É realmente desafiador, mas o Sindieletro já passou por muita coisa com essa categoria! E vencemos, com luta e união! Neste momento não será diferente.
Completamos 71 anos arregaçando as mangas para mais lutas e desafios, mas com a certeza de que estaremos sempre no caminho certo se estivermos ao lado do trabalhador. Na resistência, como sempre: por vida, trabalho e dignidade!
Linha do tempo: décadas de lutas e avanços
Nos anos 70, inauguramos a sede do Sindieletro e conquistamos a Forluz. Nos anos 80, foi a vez de conquistarmos o adicional de periculosidade e o auxílio-creche. Em 1984, negociamos o anuênio de 1% sobre o salário e a equiparação salarial para trabalhadores da capital e interior. A função acessória veio dois anos mais tarde, em 1986. Nossa primeira greve, em 1987, garantiu um reajuste salarial de 59%, além de correções em benefícios e reembolso para despesas médicas. Na década de 80 conquistamos, ainda, o ticket refeição e a eleição direta para representantes dos participantes nos Conselhos Deliberativo e Fiscal da Forluz. Avanço que não acaba mais, hein?
Com os anos 90 veio a grande conquista do nosso plano de saúde: o ProSaúde era gerido pera Forluz inicialmente, e depois passou a ter gestão própria e se tornou a Cemig Saúde. Conquistamos a unificação das Cipas, o direito às reuniões setoriais e o parcelamento de empréstimo de férias em até 10 vezes sem juros.
A PLR merece um destaque no histórico de lutas. Em maio de 1995, os eletricitários realizaram greve de 13 dias pelo direito à Participação nos Lucros e Resultados. Durante essa paralisação, houve a histórica greve de fome realizada pelos nossos diretores Maurílio Chaves, Diniz Santana, Celso Amarante e Lúcio Guterres. A greve durou seis dias. Valeu a pena!
No início dos anos 2000, conseguimos anular o Acordo de Acionistas, que entregava ao setor privado 33% das ações ordinárias da Cemig. Mas precisávamos avançar mais: negociamos a PEC 50 com o então governador de Minas, Itamar Franco. E a PEC 50, incluída na Constituição mineira, impediu a privatização da Cemig. Assim a emenda determina: a proposta de privatização deve passar pelo crivo popular, através de um referendo, e pela aprovação de 3/5 dos deputados da ALMG. O atual governador do Estado, Romeu Zema, só não privatizou a Cemig e outras estatais por conta da PEC 50. Mais uma greve histórica veio em 2015: foram 54 dias de muita luta. Inauguramos a mobilização por meio de ocupações de locais na Cemig, impedindo retrocessos em nosso ACT.