3° Seminário dos Aposentados do Sindieletro foi um sucesso



3° Seminário dos Aposentados do Sindieletro foi um sucesso

Debate, informação e muita atividade cultural fizeram o clima do 3º Seminário dos Aposentados do Sindieletro, realizado em Mariana entre os dias 6 e 7 de Setembro. O encontro promovido pelo Sindieletro, por meio da Secretaria de Aposentados, reuniu cerca de 300 eletricitários, número bem acima das edições anteiores.

Na abertura, o coordenador geral do Sindieletro, Jefferson Silva, destacou a importância daquele momento de encontros e reencontros e ressaltou que, nos 65 anos de Sindieletro, houve fases boas e difíceis que não podemos esquecer. "Neste momento, de ataques a direitos dos trabalhadores, temos o compromisso do movimento sindical também com os aposentados, pois o mercado tem investido muito na tentativa de tirar o custo do pós-trabalho. É importante nos envolvermos nos debates, pois estamos num momento de retirada de direitos”, explicou.

O economista do Dieese, Carlos Machado, e o secretário dos Aposentados do Sindieletro, Carlos Alberto (Gonzaguinha) participaram das atividades de abertura. Gonzaguinha ressaltou o crescimento do evento que na primeira edição reuniu 50 eletricitários. "Desta vez a procura foi enorme e ficamos muito felizes com isso principalmente porque o Sindieletro tem mais associados aposentados do que ativos”, comemorou.

Debate sobre papel do Estado

Carlos Machado fez uma análise sobre o Estado Mínimo no mundo e o Estado de Bem Estar Social, no qual educação, lazer e previdência aparecem como políticas públicas importantes. “Para se manter a proposta de Estado de Bem Estar Social, temos que praticar a solidariedade entre as classes e as gerações. Esses temas não estão relacionados apenas à vida dos aposentados pois estamos num momento de ataque nacional que afetará a todos”, disse.

Na avaliação do economista o modelo de estado mínimo é o grande produtor da miséria e da fome. "Quando falamos no Estado mínimo, falamos dos debates que estão sendo propostos sobre a redução da idade da atividade laboral para 14 anos e sobre a aposentadoria aos 65. Há também projetos sendo propostos que impedem empregados demitidos de entrar na Justiça", explicou. Lembrando que há varios projetos danosos aos trabalhadores, Carlos Machado defendeu que a sociedade inteira se responsabilize pelas lutas sociais para que todos tenham vida digna.

Previdência, um debate fundamental

Os advogados do Sindieletro lideraram um debate jurídico sobre temas relacionados à desaposentadoria, o reajuste de mensalidade de planos de autogestão e a Reforma da Previdência.

O diretor do Sindieletro, Marcelo Correia, apresentou e analisou dados sobre a Previdência no Brasil e no mundo. Sobre o investimento do país na Previdência, o diretor confirmou que o Brasil está em terceiro lugar numa lista que considera a América Latina e o Caribe, com 85,9% da população idosa contemplada pelo INSS. "Agora dizem que devemos pegar o exemplo do Chile. Devemos seguir o exemplo de uma gestão que abarca 40% da população idosa?”, questionou.

Sobre a idade mínima para aposentadoria, Correia ponderou que, apesar de não haver idade mínima no Brasil, considerando-se o recebimento da previdência integral, a abrangência segue em torno dos 60 anos para homens e 55 para as mulheres. No Japão, a expectativa de vida ao nascer é de 82 anos. No Brasil, são 77. “Nossa expectativa de aposentadoria aumenta, mas a de vida está 10 anos a menos. O que isso resolve?”.

No último dia de seminário, Júlio Cesar Silva, presidente da ABCF, e Marcelo Correia ministraram palestra sobre a Forluz e a Previdência Fechada. Júlio César defendeu o equilíbrio e transparência na gestão dos fundos de pensão. “O Plano B está praticamente equilibrado. Ele tem um déficit de R$ 700 mil, que é considerado déficit conjuntural. Se a economia estivesse melhor, provavelmente ele estaria superavitário. O que também não é bom. Para um fundo de pensão, não é bom déficit nem superávit. O bom é equilíbrio. Porque se deu superávit, alguém pagou a mais”, ressaltou Júlio César.

Na tarde de quarta-feira, 7, os aposentados participaram de passeio na mina de Mariana e andaram de Maria Fumaça. Muitos destacavam que o encontro foi tão bom que já deixou saudades.

item-0
item-1
item-2
item-3