Nesta terça-feira, 25 de julho, comemoramos o Dia Internacional da Mulher Negra Latino-Americana e Caribenha. A data é uma homenagem às mulheres negras e à resistência delas na luta contra o preconceito e a discriminação. É, ainda, o dia de homenagear a negra Tereza de Benguela, ou a “Rainha Tereza”.
Tereza de Banguela viveu no século XVIII, no Vale do Guaporé (MT), e liderou o Quilombo de Quariterê, local que abrigou mais de 100 pessoas, entre negros, negras e indígenas. Ela criou uma espécie de Parlamento e um sistema de defesa no Quilombo de Quariterê, mas, infelizmente, Rainha Tereza foi capturada e assassinada por soldados.
A data foi instituída pela ONU, em 1992, com origem no 1º Encontro de Mulheres Afro-Latino-Americanas e Afro-Caribenhas, realizado naquele ano.
A comemoração é luta! A mulher negra no Brasil é a pessoa que mais luta contra o preconceito e a discriminação. Ela luta num cenário em que é a maior vítima de feminicídios, violência doméstica, violência obstétrica e de mortalidade materna. Segundo o Fórum Brasileiro de Segurança Pública, no primeiro semestre de 2022, ocorreram 699 feminicídios até a metade do ano, e 62% desses feminicídios foram de mulheres negras. E, conforme a Anistia Internacional, 70,7% das mortes violentas de mulheres no mundo são de negras.
Mercado de trabalho: invisibilidade geral, inclusive na Cemig
No mercado de trabalho, a trabalhadora negra convive com um cenário horrível de invisibilidade e desprezo. De acordo com pesquisa da consultoria em marketing digital Triwi, 24% das empresas não têm trabalhadoras negras. Nas empresas que têm mulheres negras, 27,4% delas não possuem negras em cargo de chefia. Os salários são menores que os dos homens em cerca de 50%.
E na Cemig, como é a situação? A mulher negra na Cemig é praticamente invisível e desconsiderada. A própria empresa realizou, recentemente, um levantamento sobre negros em cargos de chefia e nenhum dos dados apontou a situação da trabalhadora negra. Sinal de que, se há negras nas chefias da Cemig, elas estão em escalões inferiores e a empresa não considera colocá-las nas estatísticas. Os dados da Cemig apontaram que negros e pardos na empresa representam 36,97% do quadro de pessoal, sendo 5,50% pretos. No entanto, somente 1,60% dos negros na Cemig estão em cargos de liderança. Nenhuma palavra sobre mulheres em chefias, muito menos de negras.