Em Plenária da Frente Brasil Popular Minas, realizada na noite de segunda-feira (18), no auditório do Conselho Regional de Engenharia e Agronomia (CREA-MG), no bairro Santo Agostinho, dirigentes e militantes de dezenas de centrais sindicais, movimentos sindicais, sociais e populares e lideranças políticas definiram o próximo calendário de lutas em defesa da democracia e contra o golpe em curso no país.
A presidenta da Central Única dos Trabalhadores de Minas Gerais (CUT/MG), Beatriz Cerqueira, que coordenou a mesa juntamente com José Antônio de Lacerda, o Jota, presidente da CTB, salientou que a mobilização vai ser intensificada e que trabalhadores e trabalhadoras do campo e da cidade, e as forças democráticas e progressistas, juristas, advogados, artistas, religiosos não sairão das ruas até barrarem o golpe. Compuseram também a mesa Ester Hoffmann, do MST, e Juarez Guimarães, professor de Ciência Política da UFMG.
As ações principais serão as mobilizações no dia 21 de abril, como Ato da Democracia em Ouro Preto, e a Assembleia Nacional da Classe Trabalhadora, no 1° de Maio, em São Paulo. A abertura da marcha vai se iniciar com a entrega da medalha da inconfidência ao ex-presidente do Uruguai, Mujica, na Praça Tiradentes, em Ouro Preto.
Na terça-feira (19), aconteceu a Plenária das Mulheres, no auditório da CUT/MG. No dia 22, a Marcha em Defesa da Democracia deixará Ouro Preto e passará por Mariana em direção a Belo Horizonte, onde chegará no dia 26, data da Plenária Sindical da CUT/MG e da CTB, no Sindieletro-MG. No dia 30 de abril, o Debate sobre a Petrobras será realizado no Sinpro-MG.
“As mobilizações e os atos foram importantes para mostrar à população o que está em jogo. A paralisia da política e da economia se deve a um Congresso que boicota o governo da presidenta Dilma Rousseff desde janeiro de 2015. A votação de domingo mostrou que Congresso enfrentamos. Todos viram que os deputados votaram por interesse próprio. Estão zombando da gente. Os deputados do Estado que votaram pelo impeachment não falaram por Minas. Por isso, vamos intensificar as agendas de rua”, afirmou Beatriz Cerqueira.
Para a presidenta da CUT/MG, as mobilizações também servem para alertar a população sobre as propostas que estão no Congresso e, com o golpe, podem atingir a todos. “Os projetos que estão na Câmara e no Senado atacam diretamente a classe trabalhadora. São pautas que preveem a ampliação da terceirização, a possibilidade do negociado valer sobre o legislado nas convenções e acordos coletivos, entre outras tentativas de retirada de direitos conquistados. O vice-presidente da Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paul) teve a coragem de dizer, em uma entrevista, que o trabalhador não precisa de uma hora para o almoço. Para ele bastaria 15 minutos”, salientou Beatriz Cerqueira.
A presidenta da CUT/MG voltou a afirmar que o golpe é uma ameaça à democracia. “O golpe é a fragilização da democracia. O que vimos no domingo foi uma eleição indireta. Nós somos críticos do governo federal, mas isso não nos dá o direito de tirar o governante do cargo. Pelo que aconteceu, basta apenas não gostar de um presidente para afastá-lo. Ainda mais todo o processo foi um golpe. Não pode haver um impeachment quando não há crime. A argumentação não tem qualquer fundamento.”
“Os atos de domingo demonstraram que cresceu o entendimento da população de que estamos num processo de golpe. As comemorações do resultado da votação na Câmara foram envergonhadas. Na UFMG, não houve um único professor que manifestasse a favor do golpe. Nós lideramos a vitória da presidenta nas eleições de 2014, derrotando Aécio Neves três vezes. E é muito importante a luta a aqui, em Minas Gerais. Aqui vai ser o cenário de resistência ao golpe. Como disse Lula, durante a greve dos metalúrgicos de 1978: quem ninguém mais ouse duvidar da capacidade da classe trabalhadora. É o povo soberano que garante a Constituição”, afirmou Juarez Guimarães.
“O domingo foi o último cartucho da nossa ilusão. Quem disse sim não tinha nenhum processo de politização ou de projeto que atenda as necessidades do povo. Qual o projeto que a burguesia tem para o povo: nenhum. Nós, do MST, temos uma proposta de construção de um projeto popular de sociedade, que deve ser construído de forma unitária. Propomos a marcha como um grande ato de solidariedade entre trabalhadoras e trabalhadores, para forjar a unidade da classe trabalhadora. Estaremos em Ouro Preto, no dia 21, defendendo a democracia, sairemos de lá no dia 22 e passaremos por Mariana, para denunciar e discutir o crime ambiental da Samarco e dialogar sobre a
Calendário de Lutas em Defesa da Democracia e contra o Golpe
21 de abril – quinta-feira - Ato pela Democracia - em Ouro Preto
22 de abril – sexta-feira - saída de 1.800 lutadoras e lutadores de Ouro Preto em direção a Belo Horizonte, Marcha em Defesa da Democracia
26 de abril – terça-feira - chegada da marcha em Belo Horizonte e Ato político pela Democracia e contra o Golpe
26 de abril - Plenária Sindical, 19 horas, Sindieletro-MG
30 de abril - sábado - debate sobre a Petrobras - 10 horas, Sinpro-MG
1° de maio - Assembleia Nacional da Classe Trabalhadora
Fonte: CUT Minas