Em 29 de janeiro, o governo de Jair Bolsonaro divulgou a lista das estatais que serão privatizações até 2022. Estão relacionados: Correios, Casa da Moeda do Brasil, Ceasaminas, Serpro, Dataprev, Telebras, Companhia Brasileira de Trens Urbanos e a Empresa Brasileira de Comunicação (EBC). Além da lista, continua nos planos do presidente a venda do Sistema Eletrobras e Petrobras.
A Petrobras está sendo vendida em partes e o anúncio do fechamento da única fábrica de fertilizantes hidrogenados do país, com a demissão de aproximadamente mil trabalhadores, foi o estopim para que os petroleiros decidissem pela greve, contra o desmonte, a privatização e por direitos.
A greve começou no dia 1º de fevereiro. Desde então, está sendo atacada pelo Tribunal Superior do Trabalho (TST). O ministro do TST, Ives Gandra, determinou quadro mínimo de 90% dos trabalhadores e impôs multa de R$500 mil por dia de greve à entidade representativa da categoria. Mas a categoria não se intimidou, a mobilização continua.
Por outro lado, há parte do Judiciário que reconhece a legitimidade da greve. Cinco dirigentes da Federação única dos Petroleiros (FUP) ocuparam, no dia 31 de janeiro, o quarto andar do prédio onde funciona a Gerência de RH da estatal, no Rio de Janeiro. A empresa desligou a energia e impediu a entrada de alimentos e água. A Justiça do Trabalho de 1ª Instância negou pedido de reintegração da Petrobras e autorizou a ocupação, determinando a volta da energia e do abastecimento de água.
Em Betim, muita resistência!
Na Refinaria Gabriel Passos (Regap), em Betim, a Petrobras manteve 37 trabalhadores em cárcere privado, dos dias 31 de janeiro a 03 de fevereiro. Eles foram impedidos de sair na troca de turno e ameaçados de demissão. Mas a empresa recuou depois que o Ministério Público do Trabalho ameaçou interditar a unidade.
Outras categorias aprovam greve
Os professores da Rede Estadual aprovaram greve a partir do dia 11. Eles cobram o cumprimento do piso nacional, 25% da receita do Estado para a educação e a quitação do 13º salário de 2019.
Os trabalhadores dos Correios aprovaram indicativo de greve a partir do dia 12, contra a privatização e a cobrança abusiva na mensalidade do plano de saúde.
Com 12 dias de braços cruzados, os trabalhadores da Dataprev suspenderam o movimento no dia 5, depois de um acordo no TST que reverteu a demissão de 500 companheiros. A Dataprev é responsável pela gestão de dados do INSS.
A precarização e a ameaça de privatização levaram os trabalhadores do Serpro (Serviço Federal de Processamento de Dados) a não descartar uma greve próxima. A empresa faz o processamento de dados d CPF e Imposto de Renda.