Milhares de trabalhadores e trabalhadoras da Petrobras com apoio de movimentos sociais e da população em geral realizaram atos no “Dia de Luto pelo Brasil”, em defesa da soberania nacional e das demais empresas públicas, neste 3 de outubro. A data tem uma importância histórica por ser o aniversário de 66 anos da Petrobras, a principal estatal do país que está sendo desmontada pelo governo neoliberal de Jair Bolsonaro (PSL).
Como parte do simbolismo da data, já que o desmonte da Petrobras e a entrega do pré-sal estão no centro do golpe de 2016, que retirou a presidenta Dilma Rousseff do poder, e que levou o país à atual situação caótica em que se encontra, o secretário-geral da CUT, Sérgio Nobre e o coordenador-geral da Federação Única dos Petroleiros (FUP), José Maria Rangel visitaram o ex-presidente Lula, que é mantido como preso político na sede da Superintendência da Polícia Federal, em Curitiba, desde o dia 7 de abril de 2018.
"O presidente Lula foi o que mais fortaleceu a Petrobras, que ousou fazer da nossa empresa uma das maiores do mundo. Este é mais um dia de resistência dessa grande luta que estamos travando desde os primeiros ventos do golpe. Temos certeza de que vamos superar esse momento sombrio que o nosso país está vivendo. Vamos recolocar o Brasil no trilho do desenvolvimento, gerando emprego e renda para a população, tendo a Petrobras como indutora", afirmou o coordenador da FUP, no ato da manhã na Refinaria Presidente Getúlio Vargas (Repar), colocada à venda pela atual gestão da Petrobras.
O ato na Repar com mais de mil pessoas presentes teve a presença também do diretor de Assuntos Jurídicos e Institucionais, Deyvid Bacelar, que lembrou aos trabalhadores que o governo de Bolsonaro é um governo entreguista, que enganou boa parcela dos brasileiros e a classe trabalhadora.
“Infelizmente muitos se deixaram enganar pelo discurso desse senhor, que é uma vergonha para o país quando abre a boca. Esse senhor que se dizia nacionalistas, patriota e defensor do patrimônio público e das riquezas naturais do país enganou a todos. Bolsonaro está entregando o nosso Brasil, as nossas riquezas, não só a Amazônia, mas riquezas estratégias do país, o petróleo do pré-sal e as empresas públicas criadas pelo então governo de Getulio Vargas, em 1953”, disse o dirigente, ao criticar as promessas que Bolsonaro fez durante sua campanha para a Presidência e que não vem cumprindo.
Minas
Em Minas Gerais, pela manhã cerca de 1500 pessoas se reuniram em frente à sede à Refinaria Gabriel Passos (Regap), em Betim (MG). A unidade foi colocada à venda, no dia 13 de setembro como parte do plano de desinvestimentos da direção da Petrobras que quer repassar cerca de 50% da capacidade nacional de refino a empresas privadas. O Sindieletro participou da mobilização, com total apoio à luta dos petroleiros.
Na manifestação, os trabalhadores denunciaram as consequências da venda da Regap para o povo mineiro. Um dos principais impactos seria a queda na arrecadação de impostos em Minas e no município de Betim. Além disso, a privatização pode provocar corte de empregos e aumento dos preços dos combustíveis.
Também participaram do ato parlamentares estaduais do PT e representantes do Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB), do Levante Popular da Juventude, do Sindicato dos Trabalhadores dos Correios de Minas (Sintect-MG), do Sindicato dos Metroviários de Belo Horizonte (Sindimetro) e do Sindicato Intermunicipal dos Trabalhadores na Indústria Energética (Sindieletro-MG), Sindicato dos Metalúrgicos de Belo Horizonte e Contagem e da Escola Sindical 7 de Outubro.
No final da tarde, foi realizado na Praça Afonso Arinos, na região Central de Belo Horizonte, o Ato contra os Cortes, Privatizações das Universidades, Institutos Federais e a Violência na Educação e contra as Privatizações de Estatais e Empresas Públicas. O protesto, que teve concentração no local e marcha até a Praça 7, uniu centrais sindicais, movimentos sindical, sociais, estudantes e parlamentares e fez parte da Greve Geral de 48 Horas em Defesa da Educação e contra os Cortes.
Fonte: CUT