Em entrevista ao Jornal “O Tempo”, publicada nesta sexta-feira, 1º de março, o secretário de Estado da Fazenda, Gustavo Barbosa, anunciou que a privatização da Cemig é prioridade para o governo de Romeu Zema. Segundo ele, até julho será apresentada uma proposta de privatizações de estatais mineiras, tendo a Cemig como a primeira da fila.
Contudo, ele admitiu que o processo de venda não será fácil, devido à Emenda Constitucional 50/2001, que submete uma eventual venda da estatal mineira à aprovação de três quintos de parlamentares da ALMG e à realização de referendo popular.
O secretário também disse que a privatização em Minas está condicionada às exigências do governo de Jair Bolsonaro para a negociação das dívidas do Estado com a União. Além das privatizações, o Governo Federal exige o corte de direitos, de salários e redução da máquina pública de atendimento à população, entre outros absurdos.
Sindieletro: solução é cobrar o que a União deve a Minas
Para o Sindieletro, o governo Zema não quer resolver as contas do Estado com a União, mas, sim, privatizar a Cemig a todo custo, sem se preocupar com o prejuízo para toda a população de Minas.
De acordo com o coordenador geral do Sindieletro, Jefferson Silva, se o governador realmente quisesse resolver as contas públicas, o foco deveria ser a Lei Kandir. Atualmente, estima-se que a débito do Governo Federal com Minas chegue a R$ 106 bilhões.
Para mostrar como a conta de Zema não fecha, Jefferson lembra que o valor estimado de venda da Cemig é de R$ 20 bilhões, massa que o governo de Minas só receberia cerca de 17% desse valor, correspondente à titularidade das ações.
Obviamente, avalia o coordenador geral, a privatização da Cemig não vai resolver nada para o governo, vai é trazer muitos problemas. “O objetivo de quem comprar será de maximizar o lucro para repasse aos acionistas e isso se dá por meio de aumentos abusivos das tarifas e redução de custos operacionais, impondo enormes prejuízos para o consumidor e para a economia do Estado”, destacou.
Infelizmente, Minas Gerais viu de perto os prejuízos da política de gestão voltada para gerar lucro a qualquer custo. E, mesmo após as tragédias de Mariana e Brumadinho, em sua primeira declaração pública como presidente da Cemig, Cledorvino Belini afirmou, ao lado de Romeu Zema, que a prioridade de sua gestão será, “acima de tudo, gerar dividendos para acionistas”.