Gasmig se nega a dar suporte adequado a trabalhador mutilado



Gasmig se nega a dar suporte adequado a trabalhador mutilado

Na edição 875 do jornal Chave Geral, o Sindieletro denunciou o grave acidente envolvendo um trabalhador terceirizado da PoliÚtil, José Renato dos Santos, que foi acidentado quando estava a serviço da Gasmig. Durante um procedimento fora das normativas de segurança, José sofreu acidente por choque séptico e perdeu duas pernas e nove dedos das mãos.

O sofrimento do trabalhador continua, com a recusa da Gasmig em garantir o aparato necessário para reduzir parte da dificuldade em conviver com a mutilação.

Em disputa na Justiça, a Companhia concordou em pagar pela cadeira de rodas motorizada, mas não ainda se recusa a arcar com os custos da almofada que deve ser utilizada na cadeira. A representante do trabalhador no caso, a advogada Elaine Calcagno, informa que “a almofada é de extremíssima necessidade, uma vez que José Renato ficará por horas na cadeira de rodas e, sem este artefato, poderá adquirir escaras (feridas) que levam , muitas vezes, o paciente a óbito”.

Em sua resposta, a defesa da Gasmig alegou que a solicitação da almofada não foi apresentada formalmente no requerimento inicial. A empresa afirma que a cadeira de rodas motorizada já possui “valor exorbitante” e pediu a isenção da obrigação de pagar pela almofada. Em seu requerimento, a defesa de José Renato explica que o fato da almofada ser vendida separadamente da cadeira de rodas foi descoberto após as solicitações de orçamento.

PEDIDO HUMANO

Para o Sindieletro é inaceitável que uma empresa que, em 2017, deteve lucro líquido de R$141 milhões, considere desmedido o valor da cadeira de uma cadeira rodas (cerca de R$18.000) e se negue a pagar a almofada, orçada em cerca de R$2.500, para um trabalhador que ficou mutilado em decorrência de acidente na Gasmig.

Para o Sindicato é inaceitável, ainda, que a Gasmig tenha contratado três médicos assistentes para a realização da perícia, e advogada especialmente para a causa, fora do quadro próprio do seu setor jurídico, na tentaiva de se eximir de responsabilidade sobre o acidente de trabalho. Com certeza o valor da contratação desses profissionais supera, e muito, o valor da almofada. Lembramos à direção da Gasmig que a vida de um trabalhador também vale muito mais do que R$ 2.500.

Ao final do requerimento da defesa de José Renato, fica explicitado que “o pedido da almofada se trata de um pedido humano”. Resta saber se a Gasmig atenderá a solicitação ou se continuará nessa busca desenfreada por lucro, às custas de vidas e de mutilações provocadas pela terceirização que, com toda a certeza, é a representação da desumanidade nas relações de trabalho.

 

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