Acordo retira da Cemig o controle da Gasmig



Acordo retira da Cemig o controle da Gasmig

Negociação ocorre às vésperas das eleições

Foi anunciado nesta segunda-feira (16) que a Cemig fechou um acordo com a Companhia Espanhola de Gás Natural Fenosa (GNF), para a criação da empresa Gás Natural do Brasil (GNB). Os termos do acordo ainda não foram divulgados, ou seja, não se sabe qual vai ser a composição acionária da nova empresa, e qual a participação da Gasmig. Trabalhadores da Gasmig denunciam que a Cemig vai ficar, no máximo, com 40% das ações da GNB.

Para o Sindieletro não há dúvida: o negócio representa a privatização da Gasmig. A julgar pelo acordo, a Cemig se submete à lógica empresarial e retira do Estado a prerrogativa de explorar o gás natural, transferindo o controle de uma empresa pública para a iniciativa privada, em mais uma dilapidação do patrimônio público de Minas.

Falta transparência

Por diversas vezes o Sindieletro solicitou da Cemig, com base na lei de acesso às informações, a divulgação do conteúdo dos acordos de acionistas feito com a Andrade Gutierrez (AG), Axion e Ativas, mas nada foi informado ao Sindicato. A transação com a AG acabou sendo extremamente danosa para os eletricitários e a sociedade mineira e, hoje em dia, a empreiteira ainda tem uma diretoria e o controle de novos negócios da Cemig.

Perdas

Conforme levantamento da subseção do Dieese no Sindieletro, a Andrade Gutierrez obteve de dividendos no período de 2010 a2013, a impressionante quantia de R$ 1,7 bilhões. Segundo o jornal Valor Econômico, em 20/01/2010, a Andrade Gutierrez só desembolsou R$500 milhões para obter cerca de 33% do controle acionário da Cemig. O restante, cerca de R$ 1,6 bilhão, foi garantido por meio de financiamento, com prazo de 10 anos para pagamento.

Forluz entra na roda

Outro negócio que surgiu sem nenhuma explicação foi a recente decisão da Cemig de comprar a parte pertencente à Andrade Gutierrez na usina de Santo Antônio. Agora, é grande a pressão para que a Forluz também compre ações da AG na usina.

O Sindicato exige transparência e pede aos senadores, deputados, ao Ministério Público e demais autoridades que tomem medidas para impedir a privatização da Gasmig.

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