A 6ª Marcha das Margaridas, com o lema: Na luta por um Brasil com Soberania Popular, Democracia, Justiça, Igualdade e Livre de Violência, está acontecendo, neste momento, em Brasília. A expectativa é reunir mais de 100 mil mulheres, do campo, das cidades, da floresta e das águas, negras, brancas, jovens, idosas e indígenas.
Há eletricitárias por lá, levadas pelo Sindieletro, numa caravana. As trabalhadoras, conduzidas pela secretária da Mulher Trabalhadora do Sindieletro, Elisa Novy, já estão em marcha, representando muito bem todas as mulheres da Cemig e, com colegas de outras categorias, representando também Minas. Essa participação é motivo de orgulho para o Sindieletro, um Sindicato Cidadão, que apoia as causas sociais, as de cunho feminista, LGBTs, dos movimentos negro, indígena, quilombolas, entre outros.
Avante, eletricitárias!
Quando e como surgiu a Marcha
A Marcha das Margaridas é organizada de quatro em quatro anos pela Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura (Contag) desde 2000, com amplo apoio dos movimentos social e sindical.
É a maior mobilização de mulheres da América Latina e se inspira em Margarida Alves, líder sindical da Paraíba que foi cruelmente assassinada em 1983, na porta da sua casa e na frente do marido e do filho. O assassino era um matador de aluguel, contratado para barrar a voz e a luta de Margarida. Mas não barrou. Todas
as mulheres do Brasil se tornaram“ Margaridas”. Antes de ser assassinada, a Margarida da inspiração da Marcha declarou: “É melhor morrer na luta do que morrer de fome”.
O lema da marcha e o protagonismo das mulheres Nos dias 13
O lema da Marcha de 2019 – Por um Brasil com Soberania Popular, Democracia, Justiça, Igualdade e Livre de Violência – é a mais intensa vontade das mulheres de protagonizar a luta por um país com a participação do povo nas decisões importantes.
Em seis cadernos que subsidiam a formação, organização explica os motivos da Marcha. “A primeira pergunta que se faz: por que soberania popular? A soberania é o compromisso das mulheres pelo direito do povo de decidir o seu próprio destino, com autonomia e ampla participação nas definições das políticas públicas e legislação nos âmbitos do social, político, econômico, de gênero, de raça e de classe. Entenda-se que a “ampla participação” das mulheres inclui negros, LBGTI,
indígenas, quilombolas e todas as representações dos pobres brasileiros.
Já a democracia, esta é uma construção coletiva, diária e passa pelo reconhecimento de que a sociedade se forma pela diversidade. Não bastam só eleições para dizer que um país é democrático, é preciso que essa diversidade esteja em de todos os espaços de decisões para que a conquista de justiça social e igualdade
econômica com melhor distribuição de renda. Mais do que isso: é preciso respeito e afirmação das identidades brasileiras, de gênero, raça e de classe.
Tudo se encadeia e se contextualiza no lema da Marcha. Cobrar Justiça, sem seletividade, é também assegurar a soberania e a democracia de fato. Assegurar ainda a igualdade e o fim da violência contra as mulheres, negros, pobres, índios. Se todos são iguais perante a lei, então que se cumpra a Constituição!
A violência se faz também um eixo fundamental da Marcha, e não poderia ser diferente. O poder concentrador produz violências cotidianas, e hoje o que mais tem se destacado no Brasil, lamentavelmente, é o exercício cruel e banal da violência contra mulheres, negros, LGBTI, população rural, índios e quilombolas. Essa violência é seletiva, mas a luta das “Margaridas” é coletiva.