Terceirização no setor elétrico mata mais: de cada 100 mil trabalhadores, 61 morrem por acidente de trabalho



Terceirização no setor elétrico mata mais: de cada 100 mil trabalhadores, 61 morrem por acidente de trabalho

A terceirização faz mais uma vítima. Desta vez o acidente aconteceu com um trabalhador terceirizado da CEB, que teve pelo menos 60% do seu corpo queimado após explosão no sábado primeiro, no Setor de Autarquias Sul. Os bombeiros prestaram os primeiros socorros no local e levaram o homem para o Hospital Regional da Asa Norte (Hran), que é referência no DF em queimaduras.

O trabalhador, que ficou seriamente ferido, quase passou a fazer parte de uma estatística cruel sobre aqueles que trabalham com eletricidade. Para se ter uma ideia da dimensão do problema, para cada grupo de 100 mil trabalhadores no Brasil há cerca de seis acidentes fatais. Mas no setor elétrico são 61 óbitos para o mesmo grupo, segundo o Dieese.

Segundo a Fundação Coge, de cada dez acidentes fatais no setor elétrico, oito são com terceirizados. Em junho passado o STIU-DF elaborou um vídeo didático apontando os sérios prejuízos da terceirização.

Com a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) na semana passada, que validou a terceirização irrestrita em todos os setores, este problema tende a crescer em várias atividades profissionais. É o que avalio o dirigente sindical do STIU-DF, José Edmilson.

“Esse é um problema gravíssimo que existe no setor elétrico desde a década de 90. Nós, trabalhadores eletricitários, temos lutado para acabar com essa prática tão nociva nas empresas”, aponta Edmilson.

Segundo o dirigente, há um Termo de Ajuste de Conduta (TAC) em andamento no Ministério Público do Trabalho que visa impedir a terceirização com a contratação de trabalhadores concursados.

“Infelizmente, na contramão do que pensa o MPT, o STF validou a terceirização irrestrita. As consequências disso é que esse problema gravíssimo com alto índice de mortes no setor elétrico pode ser estendido para outros ramos de atividade profissional”, acrescenta Edmilson.

Fonte: FNU/CUT

 

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