Só políticas de saúde, educação e cidadania promovem justiça ante o racismo



Só políticas de saúde, educação e cidadania promovem justiça ante o racismo

Reflexão sobre o Dia da Consciência Negra - 20 de novembro.

O racismo contra os negros continua na sociedade brasileira, ironicamente uma das mais miscigenadas do mundo, com 54,9% de pretos e pardos. Pesquisas realizadas por todos os cantos deste quase continente em que vivemos apontam a raça negra como alvo ou vítima maior da desigualdade na linha histórica do tempo e ainda no cotidiano.

Nem precisaríamos das pesquisas se não fosse para quantificar as muitas formas de racismo. Dados recentes divulgados pelo IBGE mostram que negros e negras ganham metade do que ganham brancos e brancas (estas também em desvantagem em relação ao sexo oposto). Negros e negras também estão desempregados em maior número – com 14,6%; já os brancos são 9,9%. Esse protagonismo trágico se repete quando as pesquisas quantificam a violência física ou psicológica.

A discussão sobre números é infinita. Mas o que transforma mesmo uma situação é saber as razões que potencializam o racismo e trabalhar contra elas. Transformar a injustiça em justiça; a baixa escolaridade em formação social e a falta de oportunidade em oportunidades é a chave para que as mudanças saiam das intenções e cheguem ao mundo real. Propor, implantar e dar estrutura para que as políticas públicas de educação, saúde e cidadania tenham efetividade é essencial para transformarmos o caminho da injustiça social – que estamos voltando a trilhar após o golpe de 2016 – em igualdade e fraternidade.

É preciso que cada um reflita sobre a quem interessa a desigualdade, o ódio e o preconceito. Combater o racismo não é ‘mimimi’. Racismo é dor física e psicológica. Dia 20 Novembro não é um dia comum. Não é uma data a mais. É o Dia da Consciência Negra.  

Por Márcia Lia, deputada estadual (PT-SP)

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