Por transparência e respeito: Conselheiro da Cemig Saúde renuncia



Por transparência e respeito: Conselheiro da Cemig Saúde renuncia

O técnico em gestão administrativa e membro eleito para o Conselho Deliberativo da Cemig Saúde, José Maurício de Andrade Ferreira, pediu o afastamento do cargo no final de março.

Na carta renúncia, entregue logo após a reunião do CD, José Maurício, alega “motivos pessoais” para o desligamento do cargo de suplente do Conselho. 

Em conversa com a reportagem do Chave Geral, o eletricitário deu mais informações sobre a sua decisão. Ele faz questão de reforçar que a saída não se deu por motivos de tratamento de saúde ou profissionais. “Foi uma decisão pessoal mesmo. Eu não estava concordando com algumas coisas no Conselho, principalmente em relação às decisões sobre a tabela para  dependentes especiais, e preferi sair”.

O ex-membro do Conselho diz que não se trata de discordar do reajuste, mas da definição do percentual entre quatro paredes sem ouvir a categoria, o que constituiu, a seu ver, uma violação do compromisso assumido na eleição que escolheu representantes dos eletricitários para o Conselho Deliberativo. “Estava escrito no material de campanha que consultaríamos a base sobre todo assunto importante”, destaca o trabalhador que este ano completa 30 anos de Cemig.

O estudo atuarial para o aumento foi apresentado bem antes da votação, em agosto de 2017. José Maurício recorda que por cerca de três meses houve debate, mas quase não tinha questionamento. A mudança foi aprovada por unanimidade ali mesmo, pelos conselheiros, sem ser levado ao conhecimento da categoria. “Alguns conselheiros pensam diferente. Mas eu achei errado. Não sigo a linha do Rodrigo Maia (presidente da Câmara Federal) que diz que não importa o que o povo pensa. Fomos eleitos para defender interesse de todos os eletricitários,
de quem votou e quem não votou em nós”.

COMPROMISSO COM O PARTICIPANTE

José Maurício relata que, também, contribuiu para o seu afastamento do Conselho a existência de visões contraditórias do coletivo de entidades. Havia um compromisso do grupo de que os representantes na direção da Forluz e Cemig Saúde (DRPs) contribuiriam financeiramente para a formação de novos quadros, mas, o conselheiro diz nunca ter visto uma prestação de contas deste dinheiro.

“Infelizmente os  debates no coletivo contemplavam mais os interesses de algumas pessoas do grupo do que dos eletricitários. Havia muito ódio e  isso prejudicou a formação de chapa conjunta, com Federação, Sindsul e Sindieletro. Meus princípios são diferentes. Penso que não podemos misturar pessoas com entidades”. 

Encarando o debate

Dentre os representantes do Conselho, só José Maurício compareceu à reunião na sede da AEA em que a direção da Cemig Saúde apresentou mudança no plano e na tabela do dependente
especial.

Ele explica que poderia se eximir da reunião porque não vota e, portanto, não poderia ser responsabilizado pela mudança. Mas quis reafirmar, naquele espaço, a preocupação com o processo que levou ao reajuste da tabela e que abre precedentes graves no plano de saúde.

“Hoje temos dois planos registrados na ANS e tenho certeza que, para uma decisão dessa seriedade, era preciso debate esclarecimento da categoria. Saí do conselho porque estava incomodado com essa situação. Preferi dormir tranquilo e estou certo de que fiz a melhor escolha”, reafirma.

 

item-0
item-1
item-2
item-3