Paralisação na Jadel só cobra direitos básicos



Paralisação na Jadel só cobra direitos básicos

Trabalhadores da Jadel, que prestam serviços para a Cemig em Curvelo, entraram em greve no dia 8 de junho e só retornaram ao trabalho no dia 18. O motivo da paralisação são os baixos salários e as péssimas condições de trabalho.

Os eletricitários denunciam defasagem no salários, sobrecarga de trabalho, o que compromete até o horário de almoço e erro no cálculo de hora extra e sobreaviso. “Muitas vezes as marmitas estão frias e a gente tem que comer assim mesmo ou o alimento azeda”.

Também há reclamações de que a verba para hospedagens é insuficiente, o que força os trabalhadores a  arcarem com as despesas.

Diante dos impasses na negociação, havia uma audiência de conciliação marcada para o dia 18 de junho, na Secretaria Regional de Trabalho e Emprego (SRTE). Porém a atividade foi suspensa em função do processo de Dissídio Coletivo de greve, instaurado pela Jadel. Ao invés de negociar, a empresa alegou abusividade da greve e solicitou o retorno imediato das atividades.

Conciliação

No mesmo dia (18) foi realizada audiência do dissídio  na Justiça do Trabalho e os eletricitários suspenderam o movimento grevista.

Na audiência, o desembargador Flávio Salem Vidigal disse que há dificuldades em resolver a questão, visto que os trabalhadores da Jadel não têm um sindicato que legalmente os represente. O desembargador agendou nova rodada de negociação para o dia 26 de junho, deixando um espaço para que as partes negociem a pauta dos trabalhadores.

Não foi a primeira vez

Estes trabalhadores são ex empregados da Eletro Santa Clara, empreiteira da Cemig que atuava na Região. Com o rompimento do contrato em 2014 a Jadel assumiu o contrato, veículos, galpões, ferramentas. Os trabalhadores foram absorvidos pela Jabel, mas as o passivo trabalhista deixado pela Eletro Santa Clara só foi solucionado dois anos depois, em uma ação judicial cobrando as verbas rescisória.

O assessor do Sindieletro, José Carlos de Souza, que acompanhou o movimento dos trabalhadores e a audiência, questiona por que a Cemig mantém contrato com Jadel, uma empresa que, inclusive foi denunciada por desvio materiais da Cemig.

Os trabalhadores denunciam que a Jadel não repassou integramente os reajustes salariais negociados em 2015, 2016 e 2017 e reivindicam reajuste salarial de 8% (referente a perdas dos últimos anos). Mesmo assim, na sua proposta, a  Jadel ofereceu apenas 1% de reajuste salarial, o que significa R$24,00 no salário e nem de longe cobre os reajustes que deixou de aplicar.

A empreiteira também é acusada de pagar horas extras abaixo do que a lei estabelece. “Nos finais de semana e sobreaviso, a Jadel deveria pagar 100% de hora extra, mas também só paga 50%”, denuncia um eletricista.

Os eletricitários também reivindicam tíquete alimentação no lugar do marmitex fornecido pela empresa que chega pronto e às vezes, em função da quantidade de serviço, já está fria. “Houve casos, em Diamantina, que a comida azedou”, conta um trabalhador.

Durante a greve dos trabalhadores que cobravam apenas direitos básicos, a Jadel, absurdamente, ameaçou descontar os dias parados, o que deixou os trabalhadores ainda mais indignados. “Muitas vezes dobramos serviço. Mesmo sem alimentação direito, viramos a noite para receber o adicional noturno de apenas R$ 11 reais e agora vêm com esta ameaça de cortar dias, ” dispara um eletricitário da Jadel.

item-0
item-1
item-2
item-3