O Sindieletro está engajado na luta contra a privatização da Eletrobras



O Sindieletro está engajado na luta contra a privatização da Eletrobras

Na segunda-feira, 20 de agosto, a direção do Sindieletro participou de mais uma atividade em defesa do setor elétrico e das águas. O coordenador geral do Sindicato, Jefferson Silva, esteve presente no Seminário da Plataforma Camponesa e Operária pela Água e Energia! realizado em São Paulo. Ele também participou de outros debates na semana anterior ao evento, levando as contribuições da categoria eletricitária de Minas Gerais para luta contra a privatização da Eletrobras, a Petrobras e as empresas de fornecimento de água.

O seminário foi marcado por um ato político. “O que assistimos desde 2016 para cá é um projeto de nação sendo solapado, nossos recursos sendo entregues para os interesses estrangeiros e nossas empresas sendo desmontadas”. A afirmação é de José Antônio Moraes, da Federação Única dos Petroleiros (FUP) e da Plataforma Operária e Camponesa para Energia e Água, que organizou um ato político em defesa da soberania energética brasileira na segunda-feira (20/8), em São Paulo, na sede do Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo (Apeoesp).

A Plataforma é uma articulação formada por organizações de trabalhadores das áreas de energia e petróleo.

O ato contou com a presença de Fernando Haddad, candidato à vice-Presidência na chapa de Luiz Inácio Lula da Silva; e Ana Boch, vice candidata da chapa de Luiz Marinho ao governo do estado de São Paulo. Após apresentação do histórico da Plataforma, os políticos receberam propostas sistematizadas que visam o desenvolvimento de políticas em defesa dos setores de energia e de água.

Entre as recomendações, estão a ampliação da democracia, da participação e do controle popular nas decisões sobre a política energética nacional, a realização de mudanças para superar o modelo energético de mercado, o fortalecimento de empresas estatais com caráter público, a melhoria das condições de trabalho, o desenvolvimento da industrialização em toda cadeia energética, o respeito ao meio ambiente e minimização dos impactos sociais e ambientais, entre outras indicações.

Diversos movimentos populares e entidades como a Federação Nacional dos Urbanitários (FNU), Federação Única dos Petroleiros (FUP), Sindieletro, Sindicato dos Petroleiros (Sindipetro), Central Única dos Trabalhadores (CUT), Central de Movimentos Populares (CMP), Confederação Nacional dos Trabalhadores da Educação (CNTE), Levante Popular da Juventude e Movimento dos Pequenos Agricultores (MPA) estiveram representados.

Moraes reforça que água e energia não devem ser tratadas como mercadorias. “Os recursos energéticos pertencem ao povo brasileiro. Em um momento como esse, em que um golpe se instala em nosso país e tem como um de seus pilares o saque das riquezas nacionais e ameaça nossas empresas públicas, principalmente a Eletrobras e Petrobras, realizamos esse seminário de compromisso com o povo brasileiro pela soberania energética”, explicou Moraes.

Na mira da privatização

Composta por diversas entidades da Frente Brasil Popular, a Plataforma Operária e Camponesa em Defesa da Água e da Energia denuncia que o governo Temer promove um desmonte no setor elétrico brasileiro, nas quais usinas hidrelétricas, linhas de transmissão, subestações e distribuidoras que pertencem à Eletrobras estão sendo privatizadas.

Joceli Andrioli, da coordenação nacional do Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB) e também coordenador da Plataforma, afirma que é preciso que o controle das estatais brasileiras sejam retomados pelo povo, principalmente o da Petrobras e da Eletrobras, que atuam com forte influência do capital estrangeiro.

O coordenador defende que os excedentes dos setores sejam destinados à saúde, educação, como estava previsto no Fundo Social do Pré-Sal, e denuncia a privatização do setor elétrico. “Hoje, [o setor elétrico] serve para a especulação e para o encarecimento da vida do povo, por meio das tarifas. Aumentaram a tarifa da energia, o preço do botijão de gás, dos combustíveis, porque a lógica foi a de assalto a um bem estratégico do país sobre a lógica de especulação”, diz Andreoli, ressaltando que, sem a lógica do setor privado nas estatais, as tarifas pagas pela população seriam bem mais baixas.

“É o que estão tentando fazer também com a água ao impor uma agenda de privatização que segue o mesmo rumo do setor elétrico. Por isso é fundamental uma defesa para que água e o saneamento como um todo não seja privatizado”, complementa.

No início do mês de julho, a Câmara dos Deputados aprovou em regime de urgência o Projeto de Lei (PL) 10.332 de 2018, que autorizou a venda de distribuidoras da Eletrobras e formalizou a privatização de seis empresas: Amazonas Energia; Centrais Elétricas de Rondônia (Ceron); Companhia de Eletricidade do Acre (Eletroacre); Companhia Energética de Alagoas (Ceal); Companhia de Energia do Piauí (Cepisa); e Boa Vista Energia, que atua em Roraima. (fonte: Brasil de Fato)

Seminário

Ao longo do dia, os trabalhadores participaram de um seminário intitulado “Compromissos com a Soberania Energética e o povo brasileiro”, que discutiu estratégias para o desenvolvimento de tais setores.

Fabíola Antezana, secretária de Energia da CNU – Confederação Nacional dos Urbanitários – e dirigente do Stiu-DF, participou de mesa de debates defendendo o caráter pública da Eletrobras.

Também palestrou, Luiz Pinguelli Rosa (na foto, ao centro,  com o coordenador do Sindieletro, Jefferson Silva),  físico brasileiro, mestre em engenharia nuclear e doutor em física. É professor titular da Universidade Federal do Rio de Janeiro e ex-presidente da Eletrobrás.

Fonte: FNU/CUT, também com informações do Sindieletro

 

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