No escuro



No escuro

Sem celular ou relógio e com pouco dinheiro. É assim que o aposentado Ademar Dias, 62, sai para passear à noite no entorno da praça Lagoa Seca, no Belvedere, na região Centro-Sul de Belo Horizonte. O receio surgiu por causa da iluminação insuficiente no local quando anoitece, problema que se estende para outras praças da região Centro-Sul da cidade. Frequentadores reclamam que a escuridão gera uma sensação de insegurança e incomoda quem quer se divertir ou praticar esportes nos espaços públicos. Muitos optam por voltar para casa enquanto ainda é dia.

Em alguns locais, os postes não são suficientes para iluminar toda a extensão do espaço, em outros, lâmpadas danificadas contribuem para o escuro. A Lagoa Seca é um dos principais problemas. Lá, as luzes são desligadas às 21h30. “No escuro, ficamos ainda mais vulneráveis à criminalidade e a chance de a gente ser roubados aumenta. Além disso, não é agradável passear em um local escuro”, ponderou Ademar Dias.

A iluminação na Lagoa Seca é mantida pela Associação dos Amigos do Bairro Belvedere, e os responsáveis dizem que o desligamento ocorre por uma questão financeira. “Não temos recursos para manter a luz acesa durante toda a noite. Nós já gastamos em média R$ 700 por mês para iluminar o local das 18h30 às 21h30”, explicou o presidente da associação, Ubirajara Pires.

Nas praças do Papa, Rui Barbosa, Liberdade e da Assembleia, todas na região Centro-Sul, o problema se repete. As praças do Papa e Liberdade têm diversos trechos escuros, muitos sem postes. “Quando começa a anoitecer, eu opto por ir embora porque tenho medo de ficar aqui com crianças”, contou a defensora pública Fernanda Chelloti, 37, que passeava com o filho pela praça da Liberdade. Na praça da Assembleia e Rui Barbosa, o principal problema são as lâmpadas danificadas.

A Companhia Energética de Minas Gerais (Cemig) informou que fará uma vistoria nas praças e irá consertar os postes que estiverem danificados.

A Regional Centro-Sul informou que também irá até os locais citados para verificar se há necessidade de intervenção nas praças. Se for preciso aumentar o número de postes, fará a solicitação para a Cemig.

Reclamações

Melhorias. A Regional Centro-Sul recebeu, entre janeiro do ano passado e nessa segunda, 89 solicitações de ampliação da rede elétrica e 61 pedidos de melhorias na iluminação.

Detalhes

Patrimônio. A praça da Liberdade é tombada pelo Patrimônio Histórico e Cultural e, segundo a prefeitura, mantém suas características originais, inclusive no que diz respeito a iluminação.

Controle. A regional Centro-Sul informou que, em 2013, vistoriou a iluminação de 112 locais da região.

Solicitações. A Cemig informou que qualquer problema na rede deve ser comunicado por meio do telefone 116, que é gratuito e funciona 24 horas. Pedidos de extensão da rede elétrica podem ser feitos pelo 156 da prefeitura. É o Executivo que demanda novos postes para a Cemig.

Sujeira. Na praça Rio Branco, além da escuridão, os frequentadores sofrem com os ratos que tomaram conta do local. Passageiros dos pontos de ônibus reclamam dos roedores.

Guarita. Na praça da Assembleia, policiais militares ficam em uma guarita até 23h. Depois desse horário, a segurança é feita com viaturas e motos.

Segurança é reforçada

A segurança na praças é reforçada tanto pela Polícia Militar (PM) quanto pela Guarda Municipal. A assessoria de imprensa da guarda informou que o trabalho é feito em quase todas as praças da região Centro-Sul, inclusive à noite.

De acordo com a polícia, viaturas que fazem a ronda nos bairros têm uma atenção especial com as praças. “Todo local que tem uma aglomeração de pessoas merece um cuidado maior com a segurança”, ressaltou o tenente-coronel Helbert Figueiró.

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