Guedes ataca gasto público e cobra reforma da Previdência



Guedes ataca gasto público e cobra reforma da Previdência

Chamado de superministro, assim como Sergio Moro, novo titular da Economia do governo Bolsonaro assumiu ministério defendendo também um amplo programa de privatizações

Outro dos "superministros" do governo – título que contesta –, o titular da Economia do governo de Jair Bolsonaro, Paulo Guedes, tomou posse na tarde de hoje (2) afirmando que aumentar os gastos públicos é o "mal maior" da política econômica, defendendo um amplo programa de privatizações e cobrando aprovação de uma reforma da Previdência, medida que considera essencial. Mas garantiu também que "não faltará notícia" em sua área.

A cerimônia foi prestigiada por muitos representantes do setor financeiro, um indicativo da linha a ser adotada por Guedes, de escola ultraliberal. Também estavam lá os presidentes do Supremo Tribunal Federal (STF), Dias Toffoli, e da Câmara, deputado Rodrigo Maia (DEM-RJ). O Ministério da Economia condensa três áreas, até então com pastas diferentes: Fazenda, Planejamento/Desenvolvimento/Gestão e Indústria/Comércio Exterior/Serviços.

Guedes avalia que fazer crescer os gastos públicos sabota toda tentativa de estabilização da economia. "Experimentamos todas as disfunções financeiras em torno desse processo, como moratória e inflação. Agora, estamos respirando a sombra de uma tranquilidade, mas é uma falsa tranquilidade, da estagnação", afirmou. Não é preciso cortar dramaticamente (os gastos), explicou, "é não deixar crescer no ritmo que crescia".

O novo ministro defendeu a Emenda Constitucional 95, de congelamento de gastos públicos (as despesas não podem ultrapassar a variação da inflação). Mas acrescentou que o chamado teto de gastos não se sustenta sem reformas estruturais, citando mais uma vez a Previdência. "Teto, sem paredes de sustentação, cai. Essas paredes são as reformas", disse Guedes, pedindo "ajuda" aos parlamentares para aprovar a reforma.

Segundo ele, a Previdência atual é uma "fábrica de desigualdades", apontando privilégios: quem legisla e quem julga recebe as maiores aposentadorias, enquanto a população tem as menores. O ministro falou ainda em simplificação tributária, que seria outro pilar de sua gestão, afirmando que pretende unificar sete ou oito tributos em um imposto federal.

Guedes avalia que a melhor forma de enfrentar a desigualdade social é fortalecer a chamada economia de mercado. "Implementar reformas causa ciclo virtuoso de emprego e renda e arrecadação", comentou, falando em "futuro brilhante".

Rede Brasil Atual

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