Fechamento de localidades espalha o terror na Cemig



Fechamento de localidades espalha o terror na Cemig

Na última quarta-feira (15), a Gerência da Cemig em Patos de Minas se dirigiu até a localidade de Coromandel, no Alto Paranaíba, para dizer aos trabalhadores que eles têm, no máximo, 30 dias para a escolha de outro lugar para viverem com suas famílias.

O gerente avisou que a localidade de Coromandel será fechada para que, a Cemig melhore a sua eficiência operacional, faça uma reestruturação de pessoal e reduza o custo da operação.

A Gerência disse, ainda, que até o dia 23 de março os trabalhadores receberão e-mail informando em quais locais eles poderão se candidatar para a transferência.

 Consumidores e trabalhadores estão ameaçados

A onda neoliberal da gestão da Cemig e do governo do Estado, com a reestruturação, custe o que custar, espalhou o pânico na empresa nas últimas semanas.

Telefonemas de várias regiões trazem relato de trabalhadores desesperados com o comunicado de transferência compulsória, sem nenhum debate com as equipes ou com sindicato.

A Gerência de Distribuição de Montes Claros se reuniu no último dia 19, com os eletricitários de Monte Azul e Porteirinha, que também serão fechadas. O mesmo vai acontecer com a Cemig em Campo Belo, Dores do Indaiá, Lagoa da Prata, Nova Serrana, Piumhi, Bambuí e Cláudio, na Região Oeste.

Os trabalhadores de Caeté, Paraopeba, Esmeraldas e Jaboticatubas, na Região Metropolitana, também foram informados dofechamento de localidades.

Para se ter ideia da agressividade do programa, que não leva em conta as dificuldades que serão impostas aos consumidores e aos trabalhadores, nos Vale do Rio doce e Mucuri, que reúne 70 municípios, só Governador Valadares, Caratinga e Teófilo Otoni terão unidades da Cemig. No Vale do Jequitinhonha, que engloba 56 cidades, a empresa estará presente apenas em Araçuaí, Almenara e Capelinha.

Para o coordenador do Sindieletro na Regional Mantiqueira, Edvaldo Pereira da Silva, o desespero vem do fato das transferências serem feitas sob as ameaças de existirem vagas somente em locais distantes.

Edvaldo responsabiliza o governo do Estado pela reestruturação perversa. “O governador Fernando Pimentel, em sua campanha, afirmou ter andado pelo Estado e recebido várias reclamações sobre o atendimento da Cemig. Mais uma vez, Pimentel vira as costas para os trabalhadores da Cemig e para o povo mineiro, que deve cobrar seus compromissos assumidos”, analisa.

Só ao mercado interessa

Essa reestruturação da Cemig é parte de uma gestão que privilegia o mercado financeiro e a diminuição de custos e está gerando um problema estrutural nos processos de trabalho.

Para os eletricitários, o deslocamento, após a reestruturação, será maior para atender as ocorrências, aumentando o risco de acidente e comprometendo as metas estipuladas por essa equivocada gestão. Para as famílias dos eletricistas, os transtornos gerados pela transferência também são enormes e para os consumidores fica a precarização do atendimento e do restabelecimento de energia elétrica!

A direção do Sindieletro considera a afirmação da busca pela eficiência um grande equívoco, já que cortar custo diminuindo localidades vai gerar gasto maior com os processos. A demora no restabelecimento da energia elétrica também vai comprometer o DEC.

O Sindicato convoca os trabalhadores da Cemig para debaterem e compreenderem os processos de trabalho e para denunciar aos consumidores de energia elétrica o descaso deste governo e desta gestão Cemig com a qualidade do serviço prestado.

 

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