Companhia chinesa faz proposta para comprar Santo Antônio



Companhia chinesa faz proposta para comprar Santo Antônio

A chinesa State Power Investment Corporation (Spic) fez uma proposta oficial para comprar o controle da Hidrelétrica Santo Antônio, no Rio Madeira, quarta maior usina hidrelétrica do país. As negociações se arrastam desde o ano passado, quando a chinesa chegou a fazer uma proposta pela participação da estatal mineira Cemig. Mas a compra não foi fechada na época. Neste ano, a chinesa retomou as conversas e agora fez, novamente, uma proposta pela usina, de 3.568 megawatts (MW). 

Segundo fontes, a oferta foi feita ao bloco de controle da concessionária, composto por Odebrecht, Cemig e Andrade Gutierrez. O valor da negociação pode ficar entre R$ 6 bilhões e R$ 10 bilhões, mas o fechamento da compra ainda depende de acordos entre as partes.

Desde que a hidrelétrica foi colocada à venda, os sócios fizeram uma série de road show em vários países para apresentar o projeto. A Odebrecht, por exemplo, foi para a China, onde ofereceu sua participação para várias companhias. Na época, a Cemig se recusou a participar de um aporte de quase R$ 1 bilhão, que seria utilizado para pagar o consórcio construtor, integrado pela Odebrecht. Outros sócios – Furnas e a própria Odebrecht – depositaram sua parte. A Cemig pediu uma arbitragem e alegou que só aceitaria pagar sua fatia ao fim da arbitragem. Em setembro, Nelson Hubner, integrante do conselho de administração por indicação da Cemig, apresentou carta de demissão, após menos de dois meses no cargo.

ENDIVIDADA 

Com uma dívida de quase R$ 15 bilhões junto aos principais bancos do país, a Santo Antônio Energia precisava na ocasião aprovar um novo aporte de capital de R$ 300 milhões, condição imposta pelo BNDES para renegociar e alongar a dívida da usina. Mas uma disputa entre os sócios, iniciada em 2014, causou impasse.

A Hidrelétrica Santo Antônio, localizada em Rondônia, tem tido sérios problemas financeiros e exigido consecutivos aportes dos sócios para honrar compromissos por causa das perdas provocadas pelo chamado risco hidrológico, que tem atingido várias geradoras brasileiras. A estatal mineira detém 22,4% da usina, de 3.568MW, por meio das empresas Cemig Geração e Transmissão e SAAG Investimentos.

 

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