Acordo emperrado



Acordo emperrado

Os eletricitários, que estão há mais de sete meses sem Acordo Coletivo de Trabalho, não são as únicas vítimas da estratégia do governo do Estado para desmobilizar trabalhadores e retirar direitos. Os urbanitários da Copasa, que têm data base em 1 º de maio, também estão sem acordo coletivo.

Os representantes da categoria entregaram a pauta em 15 de março, pedindo agilidade na negociação para evitar o atraso registrado no ano passado, mas a empresa só dificultou a negociação. O presidente da Copasa, Ricardo Simões, elogiou a iniciativa das entidades de entregar a pauta com grande antecedência, mas o debate foi suspenso em abril, como retaliação à categoria que entrou com ação no Tribunal Regional do Trabalho contra a política da Copasa de classificação de função e salários segundo diferenças de porte de municípios.

A ação cobra o fim da escala que vem prejudicando severamente o nível de salários dos trabalhadores e reivindica a isonomia nos direitos, além de cobrar transparência no plano de carreiras (PCCS).

Apesar da pauta dos trabalhadores da Copasa conter 35 itens, a maioria deles sem relação com o PCCS, a empresa usa a ação como pretexto para consolidar o impasse e só depois de muita pressão, a Copasa apresentou, no último dia 28 uma proposta. A resposta rebaixada, apresenta reajuste no salário de 6,25%, abaixo da inflação. A Copasa quer aplicar o percentual apurado pelo INPC nos últimos 12 meses, que foi de 7,16%, apenas sobre benefícios.

De 5 a 7 de junho serão realizadas assembleias em todo o Estado para avaliar a proposta da empresa. As entidades sindicais alertam que a categoria insistirá no fim da política de porte de salários, PCCS legal, registrado e transparente, piso salarial decente e tabela adequada, além de dizer não às PPPS e à terceirização de atividades fim.

Receita para detonar Acordo Coletivo

Desde o início da Campanha Salarial, a direção da Copasa segue os passos da Cemig. A mesa de negociação também foi terceirizada pela Copasa com a contratação da consultoria Rossi Alencar, especializada em negociar a retirada de direitos e, ao invés do diálogo, a manipulação marca a relação entre empresa e trabalhadores.

A Copasa é acusada de praticar assédio moral coletivo e de criar clima de terror entre a categoria. Se na Cemig a estratégia do governo do Estado está impressa no boletim Diálogo, na Copasa é o Cenário Sustentável que leva desinformação e até faz ameaça velada de desemprego. Nas duas empresas a estratégia de deixar trabalhador sem debate, sem resposta e sem proposta visa neutralizar, desconsiderar e prejudicar a organização dos trabalhadores.

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